Existe um fio invisível que corre em todos nós e nos conecta à divindade

Ao frequentar um local público, é possível visualizar a reunião de grupos. Os grupos se reúnem, em geral, pela afinidade de interesses. A sintonia estabelecida entre os seus membros se reflete na maneira similar que se vestem, dialogam e gesticulam.

A formação dos grupos evidencia que o homem é um ser gregário, inserido em uma comunidade, a qual participa através do cumprimento dos seus deveres éticos e manutenção da cordialidade nas relações sociais.

O homem pode se satisfazer com a sua própria companhia e reservar para si momentos de introspecção. Contudo, sente necessidade de interagir socialmente e estabelecer vínculos. A família é o primeiro grupo que o ser humano desenvolve a confiança. Os laços afetivos familiares, quando bem firmados, oferecem ao indivíduo a segurança para a expansão do seu círculo social, estendendo-o aos vizinhos e colegas de atividades.

Durante a infância, a criança, em geral, mostra-se mais propensa a estabelecer vínculos de amizade, sobretudo, porque a sua capacidade de julgamento e discernimento ainda estão em fase de amadurecimento. Pode-se dizer que a criança tem uma visão integrativa da realidade, estabelece conexão com os elementos ao seu redor e os capta para si como fazendo parte do seu ser. A criança se vê em tudo e se identifica com os objetos e pessoas através de uma visão não julgadora.

À medida que cresce, o código de conduta da sociedade a conduz para um estilo de vida mais voltado às necessidades pessoais, visando atender os seus próprios interesses ou das pessoas que lhe são mais próximas. A visão integrativa cede espaço para a concepção fragmentária da realidade.

Estar no “seu” grupo confere sensação de segurança, o indivíduo quer se sentir pertencente a algo maior do que ele mesmo. Para tanto, empreende esforço para ser aceito no grupo que compartilha interesses em comum. Contudo, o ser humano perde de vista que o seu desejo de fazer parte de um todo maior, não se limita à sua participação em pequenos grupos.

O todo universal convida o homem a estender o seu olhar para além das barreiras impostas e, cada vez mais, o acorda para a necessidade de derrubar os muros invisíveis que o separa do resto da humanidade. Por que ao em vez de os homens se dividirem em times que disputam entre si uma partida, não podem todos se unirem para a comemoração da vitória?

Todo ser humano é vitorioso por existir, não existem perdedores na caminhada da vida. Todos têm o direito de se sentirem amados pelo que são, sem a necessidade de se modificarem para serem aceitos. Cada ser é único e especial pelo que é. Aí está a beleza da vida! Se cada pessoa se conscientizar do seu valor e importância, poderão ver no próximo um reflexo de quem nós somos: seres que desejam o melhor para si e para os outros, sem fazer distinções.

O desejo do bem se espalha para todos e conduz o homem à unidade. Somos seres com qualidades diferentes, mas existe um fio invisível que corre em todos nós e que nos impulsiona para a divindade que permeia a nossa existência. A centelha divina está presente em todos e visa proporcionar o encontro do homem consigo e com o próximo, resgatando o espírito de união, fraternidade e amor abundante no coração da humanidade.

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Saulo de Oliva

Médico, especializado em Psiquiatria. Psicólogo.

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