Sabemos que a arte tem o poder nos encantar, entreter e nos fazermos refletirmos lições de vida, valores morais e éticos, questões geopolíticas e outras várias áreas, umas das artes que mais nos encantam que tem pouco mais de 100 anos é o cinema, ver ali na telinha um universo paralelo que muitas vezes se encontram com o nosso através de enredos, personagens, lições morais, reflexões de vida, e a partir disso que iremos refletir algumas coisas que são levantadas a nós em alguns filmes.
O longa da discussão de hoje é aquele clássico filme sessão da tarde que ao primeiro momento é mais uma comédia romântica, mas assistindo-o atentamente você se encanta pela riqueza de reflexões e um enredo que te surpreende por quebrar todas suas expectativas e o enredo aparente todo previsível e básico mostra-se grandioso nas lições, longa de 2004 , the girl next door (no Brasil show de vizinha), que logo de cara você identifica como um besteirol colorido e animado de Hollywood, mas estamos falando de Hollywood que nos encantavam nas décadas passada com uma obra prima atrás da outra, e show de vizinha não poderia ser diferente.
O longa tem como personagens principais Matthew e Danielle, o primeiro um garoto no ensino médio, com uma vida monótona e sem grandes feitos e a segunda é a nova vizinha que mexe com os sentimentos de Matthew, que trabalhava com filmes adultos, no início do longa da entender que o filme irá se seguir no caminho de erotismo, sendo assim um grande atrativo para os espectadores, mas ao decorrer do longa que as peças vão se encaixando, sem deixar de falar da trilha sonora que é um show a parte.
Após pregar uma peça em Matthew, Danielle começa a conviver com o mesmo, onde claramente constrói-se ali um sentimento genuíno, ambos se gostam e fazem muito bem um ao outro, Danielle vai ajudando ele a trabalhar sua confiança e ter uma vida mais atrativa e divertida, em segundo plano ao decorrer do longa a sexualidade humana vem aparecendo hora de forma cômica, hora como uma preocupação, principalmente aos jovens estudantes do high school, uma observação interessante, ai o ano é 2004, e esse assunto é certamente um tabu e muito difícil discuti-lo e se conscientizar sobre, mas sempre presente, afinal, é um elemento de nossas vidas, paralelo a discussão sobre a sexualidade principalmente dos jovens, o longa traz também a questão da exploração do ser humano, principalmente de mulheres no submundo do mercado adulto.
Um dos pontos mais delicados e de reflexão do longa é quando Matthew descobre a antiga profissão de Danielle, onde o mesmo acaba por ofendê-la e menosprezá-la, mas sem antes pensar nas consequências e não dando direito ao outro de apresentar sua versão, onde aprendemos que o controle emocional e o respeito acima de tudo deva prevalecer nas relações humanas, consequente a essa situação Danielle confusa com seus sentimentos resolve voltar a sua antiga profissão, Matthew após voltar a lucidez resolve incentivar e ajudar a Daniele a mudar de vida e a lutar contra o sentimento conflituoso a qual ela se passava – reflexão que temos ai é que não devemos tomar nenhuma atitude em um momento de conflitos ou fortes emoções e o processo de mudança, reconhecimento de si mesmo leva tempo, para nós que estamos tentando ajudar outras pessoas entender que cada uma tem seu tempo de absorção da mensagem e tempo de mudança ajudará a termos empatia por essa pessoa.
Ao decorrer do longa, já ao final o mesmo parece ter perdido o fio da meada quando supostamente o diretor de filmes adultos resolve gravar uma cena podemos dizer caliente em um cenário real, logo na festa do baile de formatura, e aí, causando alvoraço total, mas ai que vem o segundo plano do filme todo, discutir algo de grande importância, nossa sexualidade, que claramente torna-se tão importante para nosso autoconhecimento e autocuidado, onde assistindo o mesmo até me levou a reflexões e discussões que nem tinha consciência de tão importância.