4 coisas para fazer quando não consegue parar de pensar sobre alguma coisa

Na vida, quase tudo é um pouco incerto. Podem nos roubar qualquer coisa, menos quem nós somos e o controle que temos sobre nós mesmos.

“Minha qualidade soberana é o domínio de mim. Mas ninguém tem maior necessidade dela que eu; ladeio sempre o abismo.” — Friedrich Wilhelm Nietzsche, in Vontade de Potência

Nossos pensamentos e comportamentos, estão em nossas mãos, e ninguém pode escolher o que vamos fazer ou pensar. No entanto, existem alguns pensamentos indesejáveis e intrusivos, que podem invadir nossa mente e fazer com que pareça que os pensamentos nos controlam, e deve ser neles que devemos trabalhar.

 Não importa se é um evento do passado ou do futuro que está causando preocupação, o hábito de ruminar pensamentos negativos rouba-lhe o seu bem estar presente, e após um certo tempo pode acarretar problemas graves como a depressão ou a ansiedade.

Mas por que nós ruminamos pensamentos negativos ?

  • Às vezes é porque estamos na tentativa de descobrir a solução para um problema.
  • Às vezes podemos estar a espera que algo dê errado, e por esse motivo tentamos antecipar o problema.
  • Às vezes uma parte de nosso cérebro não está funcionando corretamente e um conjunto de neurônios fica disparando sequencialmente.
  • Em outras é apenas um hábito ruim.

O real problema mora no fato de que na maioria das vezes, você está focando somente nas coisas que estão dando errado, ao invés de se ocupar em buscar soluções para resolver a situação. Ficar ruminando a cena que te causou dor ou ficar paralisado por medo das consequências não irá ajudar, pelo contrário, esse tipo de pensamento ativa a sua resposta de luta ou fuga e desliga a parte do seu cérebro responsável pela resolução de problemas. Para que seja possível encontrar a resolução que lhe permitirá parar de ficar voltando para o problema e encontrar uma solução, você precisa parar de engatilhar esses pensamentos ruminantes. Mas como parar os pensamentos é uma coisa na qual não somos muito bons em fazer, devemos forçar um pouco, começando com os passos a seguir:

 1. Se envolva em alguma atividade que proporcione uma frequência emocional diferente.

O problema disso é que na maioria das vezes você está se focando em coisas que estão dando errado, em vez de se ocupar na busca de soluções que podem resolver a situação. Se o seu chefe ficou com raiva de você, então você pode ficar refletindo sobre o que fez, e preocupado com as consequências de fazer isso de novo. Você pode repetir a cena que você teve com o seu chefe várias vezes em sua cabeça, ou preocupar-se excessivamente sobre o que aconteceria se o pior cenário viesse a acontecer. Esse tipo de pensamento ativa a sua resposta de luta ou fuga e desliga a parte do seu cérebro responsável pela resolução de problemas. A fim de encontrar a resolução que lhe permitirá parar de ficar voltando para o problema e encontrar uma solução, você precisa parar de engatilhar esses pensamentos ruminantes .
No entanto, parar os pensamentos é uma coisa na qual não somos muito bons em fazer.

 1. Se envolva em alguma atividade que proporcione uma frequência emocional diferente.

É fato que focar em pensamentos negativos pode gerar emoções negativas. Se preocupar faz com que você se sinta ansioso. Porém, os psicólogos já sabem que o comportamento pode mudar as emoções também. Isso significa que você poderá se sentir melhor se fizer alguma coisa que geralmente te faz bem, mesmo que não esteja com vontade no momento, por exemplo, sair para uma corrida, assistir o seu filme favorito ou meditar. Nos bons momentos em quais você está em um melhor estado de espírito, você consegue pensar de forma mais clara, e consegue ter uma perspectiva diferente sobre a situação. Logo, fazer algo que gere emoções positivas também atua como uma tarefa de distração, por simplesmente mudar o seu foco.

 2. Anote todas as razões pelas quais você sabe que o que teme não vai acontecer.

É muito provável que a maioria das coisas com as quais você está se preocupando agora não irão acontecer. Isso faz sentido porque, geralmente, há muitas razões concretas que provam que a sua preocupação não tem validade. Porém, o cérebro funciona num modelo de ativação/inibição, e o pensamento sobre o que poderá dar errado inibe os pensamentos que indicam a falta de fundamento da preocupação. Portanto, é de extrema necessidade um grande esforço consciente para mudar tal linha de pensamento, e pensar nas razões pelas quais o seu medo não é susceptível de vir a acontecer.

3. Anote todas as razões pelas quais você ficaria bem, mesmo que o pior cenário viesse a acontecer.

Provavelmente, todos nós já nos sentimos mal somente pela ideia de que se algo indesejado viesse a acontecer, seria devastador, e não conseguiríamos sobreviver. Mas a realidade é que coisas terríveis e indesejáveis acontecem o tempo todo e as pessoas sobrevivem a isso, e às vezes até acabam se tornando mais fortes por conta do ocorrido.

Conseguímos sobreviver e superar, porque nossos cérebros são extremamente adaptáveis à novas circunstâncias relativas: Um exemplo disso é o número de paraplégicos, que um ano após a lesão, relatam sentir tanta felicidade quanto os vencedores da loteria.

A maneira como você enxerga qualquer situação depende em grande parte da sua própria percepção, da sua capacidade de lidar com ela. Ao invés de se concentrar sobre o porquê você não vai ficar bem, procure pensar em seus pontos fortes. Foque nas coisas difíceis que você já superou na vida e por que você tem os recursos necessários para superar outros desafios.

4. Crie uma solução focada e reformule as suas ações.

No momento em que você tem uma solução para o problema que lhe preocupa, o seu cérebro reduzirá a necessidade de ficar ruminando sobre os pensamentos negativos. E você ainda dará a si mesmo algo construtivo para se focar. Se questionar simples perguntas podem levá-lo a formular alguma solução:

a. O que eu acredito que essa situação realmente significa para mim ?

b. O que eu quero que aconteça?

c. O que posso fazer para que isso aconteça ?

Referências:

1. Wegner, D., & Schneider, D. 2003. The White Bear Story. Psychological Inquiry, 14 (3/4), 326–329.

2. Pribram, K., & McGuinness, D. 1975. Arousal, Activation, and Effort in the Control of Attention. Psychological Review 82 (2),116-49.

3. Brickman, P., Coates, D., & Janoff-Bulman, R. 1978. Lottery winners and accident victims: is happiness relative? Pers Soc Psychol, 36(8), 917-27.

Via Psiconlinews, por Raquel.


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