Filhos: O amor que nasce em nós e floresce para a vida

A chegada dos filhos contagia o coração dos pais, torna o seu amor vivo, desperta os melhores sentimentos guardados no peito. De repente, a alegria se solta, espalha-se pela casa e o carinho toma conta de toda a família.

Os pais não recebem a receita de como criar os seus filhos, mas o amor lhes guia para o cumprimento desta tarefa. E quando há empenho e dedicação, o coração sente que fez o seu melhor e se recolhe em paz.

O amor é a base para o crescimento saudável da criança, a faz se sentir segura e acolhida no seio da família. O cultivo do amor requer tempo e paciência, faz parte da construção de cada dia.

Para que haja o amor, é necessária a presença. A presença fortalece o vínculo de confiança e permite que a criança abra o seu coração para o diálogo. Essa abertura é importante porque as crianças também sentem medo, insegurança e, por esse motivo, precisam ter alguém por perto para confortá-las, certificando-as que não há nenhum perigo. Muitas vezes esse agradecimento vem através de um olhar amistoso, um abraço caloroso ou um beijo suave.

A gratidão de uma criança garante que está sendo bem cuidada. O cuidado envolve responsabilidade e atenção constante. A vigilância é crucial! Os sentimentos dos filhos merecem ser valorizados – já parou para pensar o que está passando na cabeça da sua criança agora? Ela está feliz? Ou nota que está apreensiva e preocupada? Se estiver, qual será o motivo? Será que a relação entre vocês merece ser revista?

A escuta ativa é importante em todos os momentos da relação. Envolve escutar o outro, permitindo que se expresse, sem interrompê-lo. Crie o hábito de conversar com o seu filho, ouça o que ele tem a dizer. Poderá se surpreender ao constatar que ele tem opiniões próprias sobre determinados assuntos.

E, nesse aspecto, como você tem participado dessa construção de ideias? Lembre-se que as crianças precisam ter boas referências para a escolha dos seus hábitos e preferências. Os pais se comportam como espelhos perante os seus filhos. Saiba que irão imitá-los, até mesmo nos pequenos gestos!

A criança se assemelha a uma esponja e absorve para si as emoções. Cuidado como fala e age na frente dela! Se agir de modo ofensivo, poderá machucá-la, causar-lhe mágoas e, além disso, ela poderá querer copiar o seu mau exemplo.

Seja delicado no cuidado, ajude-a no dever de casa, preencha a estante com livros educativos e crie o hábito de ler, todos os dias, uma nova história para ela – esta é uma excelente sugestão para auxiliá-la a desenvolver o interesse pela leitura.

Modere os programas de TV que ela assiste. Sente ao seu lado e confira o conteúdo do desenho. Não são todos os desenhos que apresentam uma temática agradável – alguns incentivam à violência e a má educação. Dê preferência aos programas educativos que ensinem valores para a sua vida.

Quando a criança estiver envolvida em alguma brincadeira divertida, leitura de livros ou de olho na TV, participe! Lembre-se que a criança aprende brincando. Durante a brincadeira aproveite para ensiná-la valores importantes para a sua formação, tais como o cuidado, o respeito, a paciência… e o céu é o limite!

Os filhos devem ser os melhores amigos dos pais. A infância é uma época fundamental para a construção do vínculo de confiança.

A rotina de trabalho dos pais é importante para o pagamento das despesas de casa e é compreensível que, ao final do turno, o cansaço apareça.

Apesar do cansaço do dia, a motivação de querer participar da vida dos seus filhos deve ser maior. Lembre-se: eles precisam de você. A sua atenção é importante! Reserve tempo para estar com as crianças, não apenas no final de semana, mas também ao chegar em casa. Crie esse hábito. É o futuro da educação delas que está em jogo!

Se a sua rotina estiver gerando forte cansaço, não poderá adaptá-la a uma jornada de trabalho mais curta?

Sim, essa iniciativa, por certo, diminuirá a reserva financeira. Mas, pare para pensar, o que as crianças mais valorizam? O conforto que você deseja proporcionar para elas ou a sua presença e a demonstração de amor diária?

Não será interessante simplificar a sua rotina de trabalho ou revezá-la com o seu cônjuge para que ambos desfrutem da companhia dos filhos?

A decisão a ser tomada dependerá de cada família. A melhor escolha é aquela que tem mais coração e onde caminha o amor.

Onde existe amor, existem laços. E laços são eternos, estão para além da vida.

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Saulo de Oliva

Médico, especializado em Psiquiatria. Psicólogo.

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