Ando assistindo muitos vídeos que remetem à prática de gratidão. Eu mesmo já fiz um desafio de gratidão. Consistiu em, aproximadamente durante duas semanas, encontrar e escrever 5 motivos pelos quais eu sou grato. Ah, e não era permitido repetir. Nos primeiros dias foi tranquilo. Mas o legal foi o final. Dar-se conta de que devemos também ser gratos por motivos que, pelo menos eu, nem mais notamos que existem – respirar e acordar? Nem lembrava mais que eu fazia isso. Ah sim, essa prática exerce uma nova perspectiva sobre qualquer reclamação.
E para aqueles que já estão tentando encontrar a ironia, calma lá! Não estou reclamando sobre um vídeo de reclamação (inception). É mesmo uma reflexão. Cada um tem a sua verdade, a sua luta e assim não cabe a mim, julgar isso.
Se focamos no lado negativo…
A verdade é que, durante esta reflexão, percebi o quanto reclamamos. “Ah, amanhã tem que acordar cedo”, “Porra, hoje tá chovendo”, “Caramba, esse trânsito só pode estar me sacaneando”. Mas não me julgue. Pense naquelas coisas que você fala sem sequer dar-se conta. Acho que nós, como comunidade, temos o péssimo hábito de enxergar mais o lado negativo. Como consequência, reclamamos.
Existem dois cenários que caracterizam qualquer fato nas nossas vidas. 1: Posso fazer algo a respeito. Ou 2: Não posso fazer nada a respeito. Olhando com a objetividade dos estoicos, em nenhum dos cenários a reclamação é produtiva. Mas então por que demônios fazemos isso?
A recompensa da reclamação
Para mim, quando estava na minha alçada mudar a situação, eu reclamava para, basicamente, colocar a culpa e responsabilidade em outro lugar, visto que eu não estava disposto a agir sobre a situação. Afinal de contas, no final de todo círculo que envolve um hábito, temos que ter uma recompensa. A minha era a leve satisfação do peso que acabara de sair das minhas costas. Admitir que eu posso, mas não vou fazer nada, é doloroso. Era mais simples e leve tirar isso de mim.
Quando a situação está fora do meu controle e não tenho meios para alterá-la, eu geralmente reclamava com outra pessoa. “Saco essa chuva, não?”, “E a cidade, cada vez mais perigosa!”, “Impressionante como tá tudo tão caro”. Bem, minha teoria aqui é o sentimento de pertencimento. Somos animais sociais, logo, adoramos precisamos pertencer a um grupo para nos sentirmos bem e seguros. Partilhar de um desgosto em comum, para mim, fazia o serviço.
Claro que tudo isso acontecia no meu inconsciente. Como é de se esperar de um hábito ruim, muitas vezes só vamos perceber que ele aconteceu depois que fizemos. Ou às vezes nem neste momento.
Prepare-se para aquela boa frase clichê
A responsabilidade, entretanto, era minha. É nossa. Não é fácil e nem prazeroso admitirmos que nós sejamos os responsáveis pelo nosso estado atual. Mas uma vez que tive essa reflexão, não consegui mais encarar de outro jeito, e fico feliz por isso. Ao invés de jogar a responsabilidade da minha vida para os outros, eu ganhei ela de volta. Ah, aquele velho clichê “seja você o dono da sua vida”. Mas, bem, é clichê por um motivo.
A feliz realidade
Se a situação não me agrada, é meu dever mudá-la. Não estou disposto a colocar o esforço necessário? Muito bem Gabriel, então você não tem motivos para reclamar. É sua escolha estar aqui. Agradeça por isso, seja grato. Esse tipo de atitude, sim, vai ajudar e facilitar o empenho que você deve colocar para fazer o melhor que pode de qualquer situação.
Existem algumas situações em que é complicado determinar a nossa responsabilidade em termos nos colocado onde estamos. Eu entendo isso. Mas, infelizmente, reclamar não irá mudar o passado. E tampouco o futuro. Reclamar, basicamente, nos coloca em um estado negativo e tira o nosso poder de mudança sobre as nossas próprias vidas. É nossa responsabilidade onde nos encontramos. E se não gostamos, que façamos algo a respeito.
Gabriel
Vida de Titã
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