No dia 8 de março é comemorado o dia internacional da mulher, mas você sabe por quê? Algumas histórias contam que teria sido por causa de um incêndio, em uma fábrica têxtil de Nova York (EUA), em 1911, quando 130 operárias morreram carbonizadas.
De fato, esse acontecimento marcou o século 20, principalmente a trajetória das lutas feministas. Porém, essa data é de um período bem anterior. Você deve se lembrar de ter estudado sobre a Revolução Industrial, na qual mulheres trabalhavam 15 horas diárias e recebiam salários medíocres (muito menores que os dos homens).
Situação essa que levou mulheres a se organizarem e protestarem – em países europeus e Estados Unidos – por melhores condições de trabalho, além do fim do trabalho infantil. Essas organizações começaram no final do século 19, mas “O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país.”
Em 1909, a data 28 de fevereiro, foi oficializada como o Dia Nacional da Mulher, pelo Partido Socialista dos EUA, com um protesto no qual se reuniram mais de 3 mil pessoas no centro de Nova York – resultando em uma longa greve têxtil que quase fechou 500 fábricas.
A II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas aconteceu no ano seguinte, 1910, na Dinamarca, na qual obteve-se uma resolução para a criação de uma data anual de celebração dos direitos da mulher, data essa que foi aprovada por mais de 100 representantes de 17 países.
O objetivo era honrar as lutas femininas e, assim, obter suporte para instituir o sufrágio universal em diversas nações.
Em 1945 a Organização das Naões Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional que afirmava os princípios de igualdade entre homens e mulheres. Em 1975, 30 anos depois, foi comemorado o Ano Internacional da Mulher, e em 1977, a data “8 de março” foi oficialmente reconhecida pelas Nações Unidas.
No Brasil, as primeiras movimentações surgiram em meio a movimentos anarquistas, no início do século 20, com os mesmos desejos – melhoria de qualidade de vida e melhores condições de trabalho. As lutas ganharam força nas décadas de 1920 e 1930, conquistando o direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas.
A partir dos anos 1970 emergiram no país organizações que passaram a incluir na pauta das discussões a igualdade entre os gêneros, a sexualidade e a saúde da mulher. Em 1982, o feminismo passou a manter um diálogo importante com o Estado, com a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo, e em 1985, com o aparecimento da primeira Delegacia Especializada da Mulher.
Tanto tempo depois, a luta ainda não acabou, o desejo de igualdade ainda é grande, ganhando – mesmo que a passos de formiga – cada vez mais força. E, mais que isso, a importância da conscientização, educação, explicação sobre a maioria das pessoas o que é o feminismo, o que ele significa e, mais que isso, não é o comportamento de mulher que deve mudar, mas sim a forma como uma sociedade arraigada aos conceitos machistas e patriarcais deve ser repensada.
O vídeo a baixo mostra o pedido de uma filha, que ainda não nasceu, ao seu pai, para que ele, enquanto homem, não deixe que o futuro previsto não aconteça. Porque, além das mulheres, está no apoio dos homens as lutas pelo respeito e igualdade de gêneros. (Vídeo legendado em português)