PARA VIVER UM BOM AMOR

"O amor precisa ter o hálito da eternidade ou é mero engano." Drummond
“O amor precisa ter o hálito da eternidade ou é mero engano.” Drummond

Segundo o apaixonante poeta português Fernando Pessoa “O amor é uma companhia…” o que fulmina de morte o delírio dos ultra-românticos de que o amor é um salva-vidas. E assim, a companhia precisa ser doce, confiável e inspiradora, do contrário, não vale a pena. Contudo, como saber quando encontramos nosso parceiro (a) afetivo na vida?

Segundo uma pesquisa americana quem pode e tem auto-estima deve eleger seu parceiro pelo beijo. Se o beijo for bom, invista. Se o beijo não lhe arrebatar, desista. O beijo é tudo. Outra pesquisa americana informa que o essencial para se ter um relacionamento bem-sucedido consiste em duas chaves: bondade e generosidade. Penso que é preciso considerar as afinidades, valores, interesses, caráter, personalidade e projetos do par.

Segundo o médico Flávio Gikovate um relacionamento para ser julgado de boa qualidade deve superar a vida de solteiro que o sujeito leva. Para ele amor é prazer, felicidade e lazer. Certamente, existem zilhões de modos de aferição e conceitos sobre esse sentimento, seu quilate e sua finalidade. Numa visão global, eu tenderia maquiavelicamente a coligir todos. Para mim o amor é uma “construção contínua” com demandas e expectativas, altos e baixos, mas amor é amor, uma questão de coração, mãos dadas, sorvete na boca, risadas roubadas com piadas podres, chinelos trocados…

Assim, o beijo do casal deve ser delicioso, excitante e inesquecível. Os dois precisam ser amigos, companheiros e se estimularem a evoluir sempre, pois amor é cumplicidade, doação, fé, perdão e invenção. Cuidar um do outro da melhor maneira possível, com gentileza, elegância e humor, sem discussões desnecessárias e infantis. São imperativos afetivos: respeito, paciência, lealdade, compromisso, carinho e um grão de ciúmes.

Fazer a experiência do “autoconhecimento pelo amor”… Existem cinco dimensões a serem analisadas para se viver um bom amor: intelectual, moral, afetiva, sexual e econômica. Numa dimensão intelectual: você gosta de trocar ideias com ela? A admira? Ela te inspira? Numa dimensão moral: ela é uma pessoa boa, ética e justa? Numa dimensão afetiva: você a ama? Pensa nela? Liga só para ouvir sua voz? Tem química? Numa dimensão sexual: você gosta de ficar com ela? O beijo é irresistível? Fazer amor é inefável? Tem física? Numa dimensão econômica: ambos estão lutando a sua maneira por um futuro melhor? Existe um desejo a longo prazo de casar e constituir família?

O ideal seria haver um equilíbrio entre essas dimensões no interior do relacionamento, o que nos permitiria supor que ele transcende com louvor a vida avulsa. É tempo de morangos, do essencial invisível. (Não se deve desperdiçar uma gota desse milagre.) É preciso burilar e aperfeiçoar o afeto e o vinculo passional até atingir uma espécie de “excelência permanente” da luz. Para dizer tudo: nada substitui o amor e “todo amor é sagrado” como na canção indígena. O objetivo do amor, na minha opinião, é encantar a existência. Aquele sorriso… aquele olhar… somente ela tem! E dormir de conchinha… E o amor maduro nos ajuda a suportar o sofrimento e a solidão da condição humana.

Não me esqueci de Nietzsche que disse que o principal num relacionamento era o diálogo. Se a conversa for boa, profunda, surpreendente a vida a dois sempre será suave. A conversa é fecunda? O coração dança ao pé dela? O beijo é insano? Então, o que está esperando? É indispensável viver o amor com coragem, liberdade e privacidade. Afinal, o amor é o nosso passaporte para uma Vida Nova com nossa família, filhos e felicidade.


Thiago Castilho

Advogado e escritor, um homem de leis e letras. Acredito que a arte pode “ensinar a viver”. Ensinar a viver significa ensinar a lutar pelos seus direitos e a amar melhor a si e a toda humanidade. Adquirir o conhecimento e transformá-lo em sabedoria de vida no palimpsesto do pensamento. Eis meu ideal intelectual que busca realizar a experiência do autoconhecimento, não sei até se do absoluto e talvez do Sublime aplacando assim minha angústia existencial, sem soteriologia, porque ao contrário de Heidegger não acho que somos seres-para-a-morte, mas seres-para-a-vida e seres-para-o-amor.

Comentários

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *