A diferença entre amor e paixão, segundo seu cérebro

A gente cresce acreditando que paixão é diferente de amor, pois isto que é falado nos filmes, músicas e livros. Por paixão, estamos falando do desejo, aquela  parte puramente carnal do interesse que faz você ter uma vontade imensa de encontrar com alguém. Aquele sentimento forte, que te faz agir insanamente.

Como o amor é uma loucura socialmente aceita e relacionamentos são um campo bastante confuso das relações humanas, eventualmente a gente desiste de tentar entender a diferença e apenas vive a vida, mas se você é um ser humano adulto, provavelmente já se perguntou o que era aquilo que estava sentindo por alguém. O Pscyhology Today tem uma lista, escrita pela psicóloga Judith Orloff, que destaca as diferenças entre um sentimento e outro, caso você esteja em dúvida:

Paixão 
– Seu foco é a aparência e o corpo da pessoa
– Você tem interesse em transar com ela, mas não quer conversar
– Você prefere manter o relacionamento no nível fantasioso, não discutir sentimentos reais
– Você sente vontade de ir embora logo depois do sexo em vez de dormir abraçado ou tomar café da manhã no dia seguinte
– Vocês são amantes, não amigos

Amor
– Você quer passar tempo com a pessoa
– Você passa horas conversando e não vê o tempo passar
– Você quer honestamente saber o que a pessoa sente e fazê-la feliz
– Ele ou ela fazem você querer ser alguém melhor
– Você tem vontade de conhecer família e amigos da outra pessoa

A boa notícia (ou má, dependendo do caso) é que, embora paixão e amor sejam sim, coisas diferentes dentro do cérebro, o primeiro pode se transformar no segundo. Um estudo da Universidade de Concordia, em Montreal, no Canadá, trouxe elementos novos para a explicação de como o cérebro processa amor e paixão e as diferenças e semelhanças entre esses dois sentimentos.

De acordo com as descobertas, amor e sexo são interpretados pelo cérebro como duas coisas diferentes, obviamente. Mas existe uma região em que eles se sobrepõem. E isso significa que uma relação que começa baseada puramente em desejo pode sim se transformar em amor.

Os cientistas descobriram que amor e desejo são processados por partes diferentes da mesma área cerebral, o corpo estriado. O desejo sexual ativa a área de recompensa, a mesma que processa experiências como um orgasmo ou uma sobremesa deliciosa. O amor, no entanto, acende outra área do corpo estriado, associada com vícios em drogas. Ke$ha estava certa: your love is my drug. Por isso terminar um relacionamento tem sintomas semelhantes ao de uma abstinência em drogas.

Por fim, houve a descoberta de que, eventualmente, essas áreas no cérebro que processam as duas coisas podem se sobrepor. Isso mostra que desejo sexual pode sim se transformar em amor e que esses sentimentos não são totalmente separados.

O mais legal dessa descoberta é que ela abre a possibilidade pra entender fenômenos como amor a primeira vista: ninguém ama à primeira vista, mas é possível sim sentir atração física à primeira vista, e se esse desejo se transformar rapidamente em amor, como o estudo mostrou que é possível, pronto: você já tem uma história digna de comédia romântica.

De acordo com o Chemestry.com, dá pra aumentas as chances de alguém se apaixonar por você (ou de você se apaixonar por alguém): é preciso fazer juntos atividades que liberem picos de dopamina. Depois de um orgasmo, você tem um pico de dopamina. Mas fazer coisas novas e espontâneas juntos também libera o hormônio, associado com energia, criação de laços, motivação e alto nível de atenção. Não dá pra garantir nada, mas dá um empurrãozinho. É por isso que dizem que o amor é uma construção: fazer coisas legais junto com alguém pode, sim, construir amor entre vocês dois.

Artigo publicado originalmente na Revista Galileu


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