5 distúrbios mentais bizarros que parecem coisa de cinema

Você conseguiria conviver com um distúrbio que faz com que as pessoas enxerguem legendas enquanto as outras falam? E imagine só ouvir uma trilha sonora constante na sua cabeça durante toda a sua vida? Bizarro, não é mesmo? Pois esse tipo de coisa acontece com algumas pessoas, que sofrem de distúrbios raros que podem transformar as suas vidas em um verdadeiro filme nonsense. Confira mais detalhes abaixo.

5 – Ver legendas quando as pessoas reais falam

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Quando assistimos filmes, programas e seriados em outros idiomas, é normal ativarmos as legendas para ter um entendimento maior. No entanto, imagine se elas continuassem depois que você desliga a TV?

Isso mesmo. Pense na esquisitice que seria se as legendas aparecessem enquanto a sua mãe pede para você arrumar seu quarto ou quando seu chefe solicita aquele relatório, quando sua namorada diz que te ama, quando o professor explica a matéria e em todo e qualquer momento que alguém começa uma conversa? E o pior, e se você nunca pudesse desativá-las?

Pois essa situação estranha aconteceu com Dorothy Latham. Quando ela tem uma conversa, as palavras aparecem como uma fita colorida na frente de quem está falando. Essa é uma forma rara de sinestesia, uma condição em que um dos seus sentidos torna-se fielmente ligado a outra.

Em certos casos, a parte do cérebro que processa o texto se altera e a pessoa acaba com esse tipo de sinestesia, que faz com que ele produza linhas de texto em seu campo visual, sempre que ela ouve alguém falar. Estas legendas da vida real podem aparecer na sua visão como um letreiro colorido ou mesmo as palavras podem surgir saindo da boca do interlocutor. Falando assim, pode parecer divertido, mas isso pode transformar a vida de quem sofre desse distúrbio num verdadeiro inferno.

4 – Diálogos fora de sincronia

Imagine-se em um filme de kung fu antigo. Mestres precisam de vingança, honras precisam ser restauradas, chutes, saltos, gritos e diálogos dublados totalmente fora de sincronia. Nada falado na dublagem combina com o movimento dos lábios dos atores. Agora remova todo o resto e deixe só a dublagem de má qualidade, 24 horas por dia, na sua vida. Bizarro!

Depois de ser submetido a uma cirurgia cardíaca, um homem britânico conhecido apenas como PH notou algo estranho: as vozes da TV não correspondiam com movimentos labiais das pessoas. Então ele notou algo pior: nem com o que a sua filha falava ali no quarto do hospital. “Não era a TV. Estava acontecendo na vida real”, disse ele. E, talvez o mais estranho de tudo, ele ouvia o som da voz uma fração de segundo antes de perceber o movimento dos lábios, dando-lhe a sensação vertiginosa de ouvir no futuro.

Este efeito de dublagem ruim acontece porque as “entradas” de visão e audição assumem diferentes comprimentos graus de tempo para chegar a nossos olhos e ouvidos, respectivamente. Em cérebros normais, essa diferença é resolvida por um relógio mágico no cérebro que, basicamente, nos engana, até que percebemos a imagem e o som em harmonia.

No caso de PH, uma varredura do cérebro mostrou duas lesões em áreas que desempenham um papel na audição, tempo e movimento. Dessa forma, o canal de áudio fica todo fora de sincronia, e de repente todo o seu mundo transforma-se em um verdadeiro filme com dublagem de péssima qualidade.

Um estudo de Vanderbilt revelou que algumas crianças autistas sofrem com esse mesmo tipo de separação entre o visual e a audição, a tal ponto que eles podem até cobrir seus ouvidos para minimizar a confusão entre os sentidos.

3 – Sua vida segue um script que você não escreveu

Você já teve uma breve sensação de que a sua personalidade não pertence ao seu corpo ou que você parece estar vivendo em um lugar onde tudo é falso e apenas a sua existência é verdadeira? Ok, pode parecer um tanto esquisito e confuso, mas existem pessoas que passam por essas sensações que podem se tornar um tanto angustiante.

Foi o que aconteceu com Louise Airey, que tinha apenas 8 anos de idade quando ela sentiu como se ela tivesse sido puxada para fora de si mesma. “De repente você está hiperconsciente e tudo o mais no mundo parece irreal, como um filme”, disse ela ao New Scientist.

Ela entrou em pânico, mas não disse a ninguém. A sensação passou logo, mas voltou várias vezes, até que, com a idade de 19, uma enxaqueca desencadeou uma sensação de ela estar desconectada do mundo. Isso durou um ano e meio.

Quando ela estava com 30 anos, ela foi diagnosticada com transtorno de despersonalização, um sentido alterado de personalidade e consciência que abrange sentimentos de não ocupar o seu próprio corpo, separando seus pensamentos e ações. Esse distúrbio foi e voltou durante toda a vida de Louise, mas uma gravidez traumática em 2012 desencadeou todas essas sensações de forma constante.

“É como se eu estivesse assistindo a um filme, em que eu estou por minha conta, no centro de tudo e de nada mais é real. Falo com os meus filhos, ouço a minha voz e parece realmente estranho. Isso faz você se sentir muito separado e solitário de tudo, como você fosse a única pessoa que é real”, disse Louise.

Essa condição de “desrealização” pode acontecer sem causa aparente, mas muitas vezes resulta de intensa ansiedade ou trauma extremo.

2 – Síndrome de “Ferris Bueller”

Esse não é o verdadeiro nome do distúrbio e, na realidade, ele não tem um nome específico, mas acontece quando a pessoa se sente em um monólogo, parando as suas ações para falar sobre o que está acontecendo em seus próprios pensamentos ou passa a explicar em voz alta todos os seus passos e planos — assim como fazia o personagem Ferris Bueller no filme Curtindo a Vida Adoidado.

Isso foi (mais ou menos) o que aconteceu com um homem que chamaremos de Gary. Gary tinha mudado recentemente empregos e notou algo estranho: seus colegas de trabalho eram idiotas. Isso em si não é exatamente notável. Afinal, de idiota o mundo está realmente cheio.

O estranho foi como Gary teve de lidar com o estresse associado de se afogar em um mar de idiotas: ele começou a falar sozinho incontrolavelmente em voz alta e qualquer coisa que lhe vinha à cabeça. Muitas pessoas mentalmente doentes falam em voz alta de forma incontrolável. Mas, então, o que é tão estranho nisso?

Na verdade, o transtorno faz com que haja um tipo de alucinação em que você pensa que falou alto o seu pensamento, mas não falou realmente. É uma experiência bizarra causada por um coquetel específico de anomalias no cérebro.

A primeira causa um caso clássico esquizofrênico do seu cérebro, confundindo seus pensamentos internos com uma “voz” que vem de fora. Então sua articulação fica confusa, dando-lhe a falsa sensação de que seus lábios estavam se movendo.

Na verdade, você só sente sua boca se mover e ouve a sua voz falando, mas na realidade você nunca disse nada e toda a experiência foi apenas na sua cabeça. Então você acaba enlouquecendo, pensando que está falando todos os seus pensamentos, dos mais inocentes aos mais terríveis, mas a verdade é que você está totalmente silencioso.

1 – Sua vida é acompanhada por música de fundo

Que música você gostaria de ter em um filme da sua vida? Agora imagine se essa e outras músicas o acompanhassem durante 24 horas por dia na sua cabeça, todos os dias da semana, do mês, do ano e de todo o tempo em que você vive? Uma música específica para a hora de dormir, outra para a hora do café, outra para o momento de sedução e por aí vai.

Pois uma mulher de 60 anos de repente começou a ouvir uma música constante em sua cabeça. “Era como se um rádio estava tocando na parte de trás de sua cabeça”, disse ela ao Science Daily. Em poucos meses, ela passou a ouvir canções de ninar na hora de dormir e outras músicas o tempo inteiro.

Seu caso é um exemplo particularmente estranho de alguém que sofre de alucinações musicais, que é basicamente como a versão amaldiçoada daquelas músicas “chicletes” que grudam na sua cabeça por dias. E a lista de reprodução muda para se adaptar às situações do dia-a-dia, como uma trilha sonora de filme.

Alucinações musicais podem ser desencadeadas por qualquer coisa, desde a privação de sono até por uma perda auditiva leve.

Referências

Cracked

Science Dally

Mega Curioso

New Cientist


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