Venho de um vazio distante
Chego de uma angústia sufocante
Trazendo cheiro de saudade
Vejo luzes pardas sem brilho algum
Sinto o sabor da revolta
E a malicia do desespero
Encontros rostos aflitos
Sem sorrisos nem lágrimas
São semblantes apagados
Venho de um mundo
Que não tem cor nem alma
Chego de uma estrada tortuosa
Trazendo fragmentos de amor
Vejo a terra e não a sinto
Sinto o céu e não o vejo
Encontro um rosto agonizante
Que me pede amor
É um semblante triste e vivo
Deixo-o morrer, dou-lhe a vida?
É a decisão de um momento longe
Distante…. mas certo.
Fátima Cruz 20.09.78