Escuta e validação emocional

Quantas vezes não nos deparamos com aquele forte vazio no peito, uma sensação esquisita que parece nos sufocar, onde não encontramos lugar certo para amparar aquilo que estamos sentindo…  Soou familiar? Estamos a falar da ausência de validação emocional.

Quando pensamos em validação emocional, é importante ressaltar que nossos sentimentos podem surgir em variados momentos da vida, juntos e misturados. Quem pensa ser fácil a tarefa de decifrar o que se está sentindo, engana-se.
Podemos, como seres humanos que somos, ter uma gama de sentimentos mistos que chegam assim, sem aviso prévio e que podem sim nos deixar extremamente confusos. Consequència disso? Mal-estar físico e mental e afastamento das pessoas que gostamos.

Por isso é tão importante saber, primeiramente, o que está sendo sentido, qual o nome que podemos dar a esse mix de sensações e elencar o que tudo isso está nos causando.

  Muitas vezes rompemos um relacionamento e então sofremos em silêncio. Ou, se decidimos compartilhar a situação com um amigo(a), o mesmo não valida o que estamos sentindo, dizendo algo como: ”poxa, sai dessa! Você precisa superar! Vamos sair, se divertir, que logo você esquece!”. E a pessoa que está sofrendo em questão, só precisa ser ouvida, atendida, compreendida por seus sentimentos. Nada além disso. Perceba o quanto é difícil compartilhar.
E quando você abre seu coração a alguém, esta pessoa simplesmente “diminui” o que você está a sentir, como se decidisse, por conta própria, que o melhor a fazer é esquecer ou abafar algo que para você tem alta importância. Além do que, você pode ainda não estar pronto a esquecer algo que mal foi digerido, certo?

   Um outro exemplo de validação emocional que podemos citar é quando você se apaixona por uma pessoa que não deveria e guarda aquilo a sete chaves com você. Os motivos? Não importam. Todos nós estamos propensos a nos apaixonar, a gostar de uma pessoa que efetivamente não estava nos planos – o que pode causar ainda mais sofrimento. Pense que esta pessoa possa estar casada, amar seu marido e filhos, mas ainda assim, sentir-se atraída por outro homem, também casado, com filhos, cujo sentimento possa ser recíproco e, ainda que esta pessoa sinta-se culpada e saiba que o sentimento é errado, ainda assim, ela gostaria de ser validada por esta situação. Afinal, mesmo que exista a plena consciência do assunto ser delicado e que poucos seriam capazes de entender, vamos combinar que todos nós temos o direito de sermos ouvidos? Mas não de maneira repressora. Jamais. Isso só pioraria as coisas drasticamente.
Pense o quanto não ter escuta causaria ainda mais dor, angústia e um buraco enorme dentro de alguém que está com um baita problemão que não para de crescer, porém, sem saída para extravasar. É como uma bomba relógio prestes a explodir.

Mas atenção! Todo cuidado é pouco na escolha de sua escuta.

Nunca saberemos se aquela pessoa que optamos para compartilhar, sendo um amigo(a) ou não, poderá ter a capacidade de nos compreender. É sempre interessante que antes de fazer qualquer confissão a alguém, percebamos se o interlocutor é uma pessoa sensível, aberta a escuta e não somente a dar palpites. Iniciar a conversa avisando que está magoado(a) e precisa desabafar, já é um primeiro passo. O segundo passo é solicitar não só a escuta, como também o não julgamento, pois já dói demais o que está latente dentro do peito.
Se a pessoa topar, maravilha! Depois da conversa, podem tomar um chá ou café e relaxar um pouco. Isso pode até fortalecer a amizade entre vocês.

Mas se você não tem esta possibilidade de escuta, alguém para bater aquele papo franco e validar suas emoções, então recomendo muito uma escuta profissional.
Isso irá minimizar grande parte de seus problemas, tristezas e sentimento de solidão.
Pense no quanto isso tudo pode estar atrapalhando sua vida pessoal/familiar, social/profissional, debilitando sua saúde como um todo, não é mesmo?


Carolina Garcia

Mãe de três meninas, Carolina é Terapeuta Cognitivo Comportamental e Astróloga - com foco nos relacionamentos e sexualidade. Sua maior motivação como profissional é questionar e compreender as emoções, os pensamentos e os comportamentos humanos, em prol, sempre, do autoconhecimento. Seu Instagram: @_astralterapy

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