Um novo estudo descobriu que há seis diferentes grupos de sintomas de Covid-19 e isso pode contribuir para previsões de quais pacientes estariam em maior risco de uso de respiradores e oxigênio.
Os cientistas utilizaram um algoritmo de aprendizado de máquina, um tipo de inteligência artificial, para fazer uma análise de dados de mais de 1,6 mil pacientes do Reuno Unido e EUA com Covid-19 que registraram seus sintomas com regularidade no app Zoe entre março e abril. Em seguida os cientistas testaram suas previsões em mais de mil pacientes dos EUA, Suécia e Reino Unido que cadastraram seus sintomas a partir de maio, de acordo com o Yahoo Live.
Os seis grupos de sintomas de Covid-19:
Grupo 1 (“gripal” sem febre)
- Dores de cabeça,
- perda de olfato,
- dores musculares,
- tosse,
- dor de garganta,
- dor no peito,
- sem febre.
Grupo 2 (similar a gripe com febre)
- Dor de cabeça,
- perda de olfato,
- tosse,
- dor de garganta,
- rouquidão,
- febre,
- perda de apetite.
Grupo 3 (gastrointestinal)
- Dor de cabeça,
- perda de olfato,
- perda de apetite,
- diarréia,
- dor de garganta,
- dor no peito,
- sem tosse.
Grupo 4 (grave nível 1, fadiga)
- Dor de cabeça,
- perda de olfato,
- tosse,
- febre,
- rouquidão,
- dor no peito,
- fadiga.
Grupo 5 (grave nível 2, confusão)
- Dor de cabeça,
- perda de olfato,
- perda de apetite,
- tosse,
- febre,
- rouquidão,
- dor de garganta,
- dor no peito,
- fadiga,
- confusão,
- dor muscular.
Grupo 6 (grave nível 3, abdominal e respiratório)
- Dor de cabeça,
- perda de olfato,
- perda de apetite,
- tosse,
- febre,
- rouquidão,
- dor de garganta,
- dor no peito,
- fadiga,
- confusão,
- dor muscular,
- falta de ar,
- diarréia,
- dor abdominal.
O risco de necessitar de respirador artificial ou oxigênio adicional
Os cientistas também descobriram quais grupos de pacientes eram mais propensos a necessitar de ventiladores ou oxigênio e observaram que os pacientes nos grupos 6 (19,8%), 5 (9,9%) e 4 (8,6%) necessitaram de mais apoio para respirarem. Mas poucas pessoas dos outros grupos chegaram a precisar de entubação ou exigênio: 1,5% das pessoas do grupo 1, 4,4% daqueles no grupo 2 e 3,3% dos pacientes do grupo 3 com Covid-19 precisaram de apoio respiratório”, informou uma declaração do King’s College of London, juntamente com pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, que colaboraram na criação do app.
Quais grupos de sintomas de Covid-19 devem ser monitorados mais de perto
De acordo com os pesquisadores é possível usar essas informações juntamente com o monitoramento de pacientes e prever suas necessidades com dias de antecedência. Por exemplo: pacientes dos grupos de sintomas 5 e 6 tem alto risco de necessitar hospitalização e apoio respiratório, portanto monitoração por oxímetro em casa e telefonemas de médicos podem garantir que o apoio hospitalar seja oferecido no momento exato.
A Dra. Claire Steves, co-autora do estudo e professora da King’s College London, comentou ao Yahoo Life: “Este estudo nos ajuda a ver as diferentes maneiras em que o Covid pode apresentar. Ele nos alerta para sintomas que são particularmente preocupantes nos primeiros dias se alguém tiver um teste positivo – como confusão, sintomas abdominais e fadiga severa. Mais importante, se começássemos a monitorar os sintomas nos primeiros cinco dias, poderíamos obter ajuda para aqueles que estão em um trajeto mais grave da doença mais cedo e talvez impedir que eles fiquem muito doentes.”
Método inédito
Até o momento essa parece ser o primeiro método que temos como parâmetro da doença que se concentra nos sintomas do Covid e não nas características prévias do pacientes como idade avançada, diabetes, obesidade, etc.
Apesar de novos estudos serem necessários para corroborar e aprimorar os dados o resultado é importante para estratificar os pacientes e identificar aqueles que tem maior risco de sintomas severos já os recursos são poucos e os médicos raros durante a pandemia.
O estudo também pode ajudar a tranquilizar os pacientes com sintomas leves, já que qualquer um pode ficar muito ansioso com o diagnóstico.
É importante ressaltar que o estudo ainda não foi analisado por pares e publicado em uma revista científica. [Yahoo Life]
Via Hypescience