A maioria das pessoas sente ansiedade mais cedo ou mais tarde na vida. Sendo assim, é interessante aprender a lidar com esse sentimento e a tornar-se mentalmente forte.
De acordo com pesquisadores da Universidade de Cambridge (Reino Unido), a maneira como lidamos com as coisas que acontecem nas nossas vidas tem um impacto direto em quanta ansiedade experimentamos.
Em outras palavras, é possível diminuir nossos níveis de ansiedade ajustando nossas reações a determinadas situações. Abaixo, veja o que os cientistas têm a dizer sobre ansiedade, e como seus estudos podem te ajudar a superá-la.
O que é ansiedade?
A ansiedade pode se apresentar como medo, inquietação, incapacidade de se concentrar no trabalho ou na escola, dificuldades para adormecer ou irritação constante.
Em situações sociais, pode atrapalhar nossa habilidade de conversar com os outros, levantar preocupações de que estamos sendo julgados, ou resultar em sintomas como gagueira, sudorese, rubor ou dor de estômago.
Também pode surgir do nada como um ataque de pânico, no qual picos repentinos de ansiedade fazem a pessoa sentir como se estivesse prestes a ter um ataque cardíaco, enlouquecer ou perder o controle.
Pode ainda estar presente na vida de uma pessoa o tempo todo, o que é conhecido como transtorno de ansiedade generalizada.
Quando se torna uma condição debilitante
Vale observar que, se a ansiedade começar a interferir com sua vida, seu sono, sua capacidade de criar relacionamentos ou com sua produtividade no trabalho ou na escola, você pode ter algum distúrbio de ansiedade que precisa ser propriamente tratado. Caso não seja, a ansiedade pode levar à depressão, morte prematura e suicídio.
Infelizmente, as medicações existentes para tratar a ansiedade nem sempre funcionam a longo prazo. E, aqui, as dicas dos cientistas de como você pode lidar com certas situações da sua vida podem funcionar como uma ferramenta a mais no combate a esse sentimento angustiante.
Eu lido bem com isso: as principais habilidades de enfrentamento que você pode ter
Faça mal feito
Frequentemente, as pessoas se encontram em situações nas quais querem fazer algo com “perfeição”, ou então esperar o “melhor momento” para fazê-lo. Isso pode levar à indecisão, procrastinação, atrasos ou até mesmo nos impedir totalmente de realizar algo. E tudo isso causa – você adivinhou – estresse e ansiedade.
Uma das maneiras mais eficazes de lidar com esses sentimentos é adotar o lema “faça mal feito mesmo”.
Como assim?! A razão pela qual isso funciona tão bem é que acelera seu processo de decisão e te leva diretamente para a parte na qual você age – caso contrário, você poderia passar horas refletindo sobre como você deveria fazer algo, se é que deveria fazê-lo, etc. etc. etc. – e isso não só é demorado, como também muito estressante.
Apenas comece a fazer, mesmo que não seja da melhor forma possível, sem se preocupar com os resultados. Isso tornará o processo mais fácil, e você completará mais tarefas do que normalmente faria. E, na maioria das vezes, irá descobrir que não está fazendo tão mal assim. Caso estiver, inclusive, você sempre pode melhorar depois – é melhor do que nem começar, não é mesmo? Como diria um grande amigo meu, “a versão um é melhor do que a versão nenhum”.
No final das contas, o “faça mal feito” é sobre libertação – ele te dá coragem para tentar coisas novas, te impede de se preocupar com o resultado ou as consequências e pode deixar tudo mais divertido. Faça mal feito hoje, melhore amanhã ou depois.
Se perdoe e adie sua preocupação
Imagine que você tem um amigo que só sabe apontar o que você faz de errado e tudo que está indo mal com você e sua vida. Depois de alguns dias, você não iria mais suportar sua companhia e provavelmente se afastaria dessa pessoa, certo?
O problema é que somos frequentemente esse “amigo” para nós mesmos – nos julgamos o tempo todo e ficamos remoendo nossos erros e mancadas. E isso é tão enraizado que até paramos de notar o mal que estamos nos fazemos.
Aqui, a estratégia a ser usada é “se perdoar”. Não se critique tanto – tente reconhecer que você possui um impulso de se culpar, e se distraia desse pensamento negativo focando sua atenção em outras tarefas.
Se isso não for fácil para você, outra estratégia que pode ser usada é “adiar sua preocupação”. Quando vier aquela sensação de preocupação porque você acha que fez algo errado, não ceda a ela – deixe para se preocupar depois. Ou separe dez minutos por dia nos quais você não pode se preocupar com absolutamente nada.
O segredo aqui é não alimentar pensamentos negativos com energia. Quando você retornar à preocupação para refletir sobre ela, irá provavelmente perceber que qualquer que tenha sido a situação que levou a sua ansiedade inicial não era para tanto. Pronto!
Tenha um propósito e ajude outras pessoas
De acordo com os pesquisadores, a conexão com outras pessoas tem sido demonstrada regularmente como uma das armas mais potentes contra problemas de saúde mental.
O neurologista Viktor Frankl escreveu: “Para pessoas que pensam que não há nada pelo que viver, nada mais a esperar da vida, a questão é fazer com que essas pessoas percebam que a vida ainda espera algo delas”.
Em outras palavras, ter um propósito e ajudar outras pessoas são formas muito eficazes de combater a ansiedade.
Fazer algo para outra pessoa tira o holofote de você, de suas preocupações, de seus medos, e coloca o foco em como você pode fazer o bem, a diferença. Além disso, saber que alguém precisa de você torna mais fácil suportar os momentos mais difíceis da vida.
Em resumo: tente se fazer importante na vida de outras pessoas. Pode ser tão simples quanto cuidar de um filho ou de um parente idoso, ou voluntariar-se em uma organização de caridade. Também pode ser mais complexo, como finalizar trabalhos que beneficiarão gerações futuras.
Ninguém sequer precisa saber o que você fez pelos outros. Diversos estudos descobriram que o altruísmo é um dos mais potentes fatores da felicidade. [BigThink]
Via Hypescience