Não podemos mudar o passado, mas podemos construir um futuro diferente! (Se joga!)

Este ano resolvi atender ao pedido de minha mãe e ir passar o Reveillon na casa da minha tia. Aos 36 anos já não tenho mais paciência para algumas coisas, cansei dos Reveillons passados e esse ano algo me dizia para fazer algo diferente. Resolvi ceder, de coração aberto agradeci o convite e me entreguei à uma reunião familiar como há tempos não fazia…

Como de costume a casa estava cheia, mas eu seria capaz de reconhecê-lo dentre milhares de pessoas em qualquer lugar…fitei-o entre os convidados e não consegui ouvir mais nada do que estava se passando à minha volta, um arrepio me percorreu a espinha, senti um frio na barriga e o coração acelerado, enquanto eu tentava equilibrar a taça de prosecco entre meus dedos…Eu não o via há anos, talvez minha recusa em participar das reuniões familiares era uma tentativa de não cultivar o amor platônico que eu sentia, vivia. Ele sempre me olhava, mas algo me dizia que ele sabia que eu era completamente apaixonada por ele e fazia aquilo para me provocar e zombar de mim…Era um olhar demasiadamente provocante, exibicionista, ele tinha o ego inflado e sabia que mexia comigo. Minha impotência mediante  esta situação era insuportável, meu silêncio e distanciamento foram as armas utilizadas  para minha auto proteção. A esta altura da vida, coleciono inúmeros relacionamentos fracassados e um coração partido…E agora ao reencontrá-lo é como se o coração partido voltasse a bater…agora mais forte…mais vibrante!

Ele me viu, nossos olhares se cruzaram por alguns segundos e isto pareceu uma eternidade, passou um filme em minha cabeça, todas as oportunidades que tive e toda a minha falta de coragem…o olhar dele continuava inebriante e eu continuava toda entregue, sem me entregar! Toda dele, sem nunca ter sido dele!…Que raiva da minha falta de atitude! Decidi mudar o fim desta história, ela não poderia de novo terminar na mesma pasmaceira, afinal, eu não tinha nada a perder! Fui falar com ele, ele pareceu surpreso com a minha aproximação, me abraçou apertado, me beijou no rosto, me olhou…Conversamos longamente, um bom papo regado a prosecco, estávamos diferentes, mais experientes, eu mais segura, confiante e totalmente “desencanada”. Percebi que quando relaxamos é que as coisas que desejamos são favorecidas e quando temos que passar por alguma coisa, é para o nosso amadurecimento, passamos e saímos melhores, crescemos!

O tempo passou rápido naquele olhar, naquele sorriso…Quando dei por mim…10…9…8…7…6…5…4…3…2…1 ! Ele me beijou, um beijo longo e apaixonante, seus braços me envolviam, sua mão segurava meu cabelo…Enquanto os fogos de artifício ecoavam, eu saboreava o meu deleite…eu, dele! Era como uma adolescente, nesta altura da vida, mas e daí? Eu merecia isto em toda a sua intensidade! E isto era só o começo…

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(Eu a vi, ela me olhava, há anos não a encontrava nas festas de fim de ano, estava mais bonita, mais madura, a garota que me olhava com um olhar curioso e inocente não estava mais ali…ela veio até mim em um caminhar seguro, quando chegou perto, tive a certeza, essa mulher sabe o que quer! Eu sabia que tínhamos uma pendência do passado, algo que eu estaria totalmente disposto a resolver agora, o momento perfeito…enquanto ela falava, enquanto ríamos, eu só pensava…meus lábios no dela. E assim fomos rumo a 2016! Não sabemos o que esperar do amanhã, então vamos viver o hoje com toda a intensidade!)

 

Fabiana Dainese Mauch – Gratidão em Palavras


Fabiana Dainese Mauch

Apesar de apaixonada por filosofia, psicologia e relações humanas, estudo e trabalho na área de exatas, encontrando na escrita uma forma de me aproximar de minhas paixões. Amo pensar sobre a vida e o que podemos fazer para melhorar o mundo e a nós mesmos.

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