Agora chega. Agora que já choraste, que já chamaste nomes, que já te desiludiste, que já viveste todas as frustrações e que já te desencontraste de quem és, para! Para de culpar a outra porque a outra não tem culpa nenhuma. Para de culpar as circunstâncias porque não foram as circunstâncias. Para de culpar e assume a tua responsabilidade.
Para de fazer figuras ridículas, de mendigar um amor que já não existe e de competir com alguém que nem sente a tua existência. Para de te humilhares, de quereres saber pormenores ou de andares sempre à espreita. És mais que isso e embora eu não te conheça eu sei que és muito mais que isso.
Dói, eu sei que dói. E a dor é tanta que é mais fácil culpar a outra. É muito mais fácil colocar as culpas em quem não conheces. Lamento informar-te, mas a outra não tem culpa. Numa relação feliz ninguém entra. Assume a responsabilidade das palavras que não disseste ou disseste a mais. Assume a responsabilidade dos beijos que não deste, dos abraços que recusaste, dos carinhos que repeliste e dos toques que afastaste. Assume também as noites de amor que te recusaste a ter. E se ainda assim me disseres que fizeste isso tudo então peço-te que assumas a responsabilidade da escolha que fizeste. Escolheste o homem errado. Lamento dizer-te isto, mas escolheste o homem errado. Escolheste o homem que não te respeita nem respeitou e mesmo assim continuas aí à espera que ele volte apenas para ganhares uma batalha de egos. Porque o coração, minha querida, esse ficou perdido numa traição que não mais vais esquecer, mas com a qual podes aprender muito.
Para de culpar e transforma essa tua raiva em força, transforma essa tua dor em vontade e transforma essas tuas palavras em amor próprio.