É possível que todos nós em algum momento de nossas vidas, já sentimos a frustração e o sofrimento por desejar o bem a quem amamos, porém dependendo das circunstâncias da vida, estamos ou somos impotentes. Ser impotente, significa que a mudança do curso da situação atual não está em nossas mãos, não temos o poder, o domínio, o controle, pois não vivemos a vida do outro, mas nos preocupamos genuinamente, isto pode gerar profunda tristeza.
Quando amamos alguém e nos preocupamos genuinamente, mergulhamos de cabeça nos problemas do outro, tentamos ajudar com conselhos ou dependendo do grau de engajamento, podemos tentar fazer muito mais do que apenas aconselhar, podemos até fazer planos pelo outro, planos que almejamos que o outro abrace e faça acontecer, porém por inúmeras vezes, isto não é concretizado, por quê?
Precisamos nos conscientizar que aquilo que pensamos ser bom para alguém, foi idealizado por nós baseado na nossa verdade, na nossa forma de enxergar o mundo, nas nossas vivências e experiências. Desta forma, aquilo que pensamos ser libertador para o outro, pode fazer sentido somente a nós mesmos! Enquanto que para o outro pode ser algo desconhecido e completamente distante. Talvez o outro ainda tenha que viver por si próprio, tenha que sofrer seus próprios tropeços e deslizes no caminho natural do seu aprendizado e evolução. Algumas pessoas apenas reclamam e nos buscam para desabafar, podemos ser como válvulas de escape, ouvimos, aconselhamos e esperamos atitudes que nunca se concretizam e ficamos chateados sem entender como é possível. É possível sim! Porque o outro somente tomará uma atitude quando algo mudar dentro dele! Enquanto isto não acontecer, tudo que dissermos é muito nebuloso e até mesmo impraticável…
Para que algo mude dentro do outro, ou seja, transforme a sua essência, é necessário a vivência, a experiência e por fim o aprendizado que impulsionará as atitudes. Enquanto isto não se efetivar, não adianta querer que o outro enxergue com os nossos olhos, porque ele não enxergará e nós nos frustaremos, provavelmente pensando que ele não nos dá ouvidos. Pode ser que ele nos ouça, mas sem mudar sua essência, não haverá o gatilho que impulsionará a atitude, a mudança!
Portanto, não espere que o outro absorva totalmente sua visão de mundo e a aplique em seus próprios problemas, pois cada ser tem sua própria trajetória e consequentemente sua própria evolução.
Não se cobre tanto, não sofra e aceite a ser responsável apenas pela sua parte, aquilo que lhe é possível fazer…
Fabiana Dainese Mauch – Gratidão em palavras