Esquecer alguma coisa de vez em quando é normal. Não conseguir se concentrar em algo chato, é ainda mais comum. Mas quando esses problemas se tornam freqüentes, isso pode gerar dificuldades na vida do indivíduo.
Se você tem dificuldade de organização, esquece tarefas simples do dia-a-dia, não consegue se concentrar, desânimo, impulsividade e inquietação podem ser sinais claros do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. Com origem genética, a doença pode ser detectada já na infância e, caso não seja tratada pode ser perigosa.
No Brasil, estudos apontam que 5% dos adultos sofram do problema. De acordo com Marco Arruda, neurologista da infância e adolescência do Instituto Glia, é importante que o transtorno seja tratado logo nos primeiros sinais de avanço, para que não persista na idade adulta.
Essa alteração genética provoca mudanças em áreas cerebrais importantes para o comportamento. Nosso cérebro tem circuitos que funcionam comparativamente ao acelerador, breque e embreagem. Com o transtorno, o breque não funciona bem e, assim, há o déficit de atenção, a hiperatividade e a impulsividade. A pessoa age por impulso, sem planejamento adequado, e só depois avalia o que fez, explica.
A cura só é possível se for tratada na infância, através de diagnóstico clínico feito por um especialista. Na criança, observa-se cura porque o cérebro está em desenvolvimento. Nos adultos, em 80% dos casos é possível controlar a doença com medicamentos e tratamento psicoterápico. O cérebro do adulto já está formado. A medicação é capaz de promover grande melhora dos sintomas e da qualidade de vida do adulto portador da doença, completa o médico.