Como o Brasil pode reduzir os gases do efeito estufa

Em resumo: desmatamento zero, aumento da produtividade agropecuária, menos combustíveis fósseis, mais usinas eólicas, solares e de biomassa, maior uso de transporte público e bicicletas e maior eficiência energética do transporte rodoviário. Essa é a proposta do Observatório do Clima (OC), rede que reúne 37 entidades da sociedade civil para discutir as mudanças climáticas no Brasil.

O Observatório lançou nesta sexta-feira (26) uma proposta de metas que mostra como o país pode limitar suas emissões de gases de efeito estufa ao equivalente a um bilhão de toneladas de gás carbônico até 2030, uma redução de 35% em relação a hoje. A longo prazo, essa seria a contribuição do Brasil para reduzir consideravelmente o risco que o aquecimento global representa para o planeta.

Em dezembro, o Brasil participa da 21ª Conferência do Clima das Nações Unidas, em Paris. A ideia é que a Conferência termine em um pacto internacional com o objetivo de impedir que a temperatura aumente mais do que dois graus Celsius, consenso científico e político internacional de limite máximo para evitar uma catástrofe climática. Como o governo brasileiro ainda não se posicionou sobre as bases da INDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas, na sigla em inglês), o Observatório do Clima sugeriu uma meta voluntariamente.

“Queremos mostrar que podemos ser ambiciosos, esse número não é jogado ao céu, estamos dizendo que dá para fazer sem nenhum sacrifício, não vamos restringir o consumo ou o crescimento. Pegamos as projeções de crescimento e as usamos para fazer a meta”, disse Tasso Azevedo, engenheiro e coordenador do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do OC.

Apesar de estar longe de contribuir para o aquecimento global como a China (que é responsável por 22% das emissões de carbono) ou os Estados Unidos (13%), o Brasil está o dez maiores emissores de CO2 do planeta (com 3%). Contudo, se o governo vai cumprir as metas ou não, é outra discussão. “Não há uma punição nessa Conferência, a não ser de cunho moral, ou seja, de não cumprir com o que você se comprometeu. Ao contrário do que a gente pensa, isso tem muito peso. (…) Existe uma discussão sobre como os acordos de comércio podem utilizar o cumprimento ou não das metas de clima como algum tipo de compensação”, afirma André Ferreira, diretor-presidente do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema).

Efeitos no cotidiano

Indústria e transportes correspondem a 75% das emissões de gases do efeito estufa. Mas os efeitos recaem sobre todos os brasileiros. Para se ter ideia, um aumento de três graus de temperatura média do planeta derruba 20% do potencial hidrelétrico do país. Há 10% de chance da temperatura média global aumentar 6 graus, o que resultaria em um colapso econômico e total caos. “Mudanças climáticas têm relação com a economia e com a qualidade de vida.

Segundo o Atlas de Desastres Naturais da UFSC, entre 1991 e 2012, 127 milhões de brasileiros foram afetados por desastres naturais. Nos últimos dez anos desse período, tivemos um índice de registro de desastres naturais de um por dia.

Entre janeiro desde ano e junho, tivemos 1054 municípios que decretaram estado de emergência por causa de desastres naturais. Isso é o que está acontecendo hoje, se não reduzirmos as emissões, o impacto será muito maior”, explica Carlos Rittl, secretário-executivo do OC.

O mês de maio foi o mais quente da história, o que resultou na morte de sete mil pessoas na Índia. Se o planeta não agir logo, as consequências podem ser desastrosas. “A última vez em que tivemos uma variação de dois graus na temperatura média do planeta foi a última era glacial. A temperatura média do nosso corpo é de 36 graus, se aumenta dois graus você tem febre. Imagine seis”, diz Azevedo.

Via Revista Galileu


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