Pesquisa aponta que 503 mulheres sofrem agressões físicas a cada hora no Brasil

Precisamos falar sobre isso. Você vê? Está saltando diante de nossos olhos um problema sério.

De acordo com uma pesquisa encomendada ao Datafolha pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma a cada três mulheres brasileiras, com mais de 16 anos, foi vítima de violência em 2016. Além de físicas, as agressões também envolvem xingamentos e ameaças.

O estudo Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil revelou ainda que, a cada hora, 503 mulheres sofreram agressões físicas, no mesmo período. Em 61% dos casos o agressor era conhecido da vítima. A violência, mais frequente entre mulheres de 16 a 24 anos (45%), aconteceram principalmente em casa (43%) e na rua (39%).

“Somos uma sociedade em que a violência muitas vezes regula as relações íntimas, que aposta na violência como um mecanismo de resolução de conflitos. Por isso números tão altos de mulheres que sofrem violência física, porque isso faz parte do cotidiano e desde muito cedo” afirmou ao G1 Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Embora tenhamos um maior número de informações em relação ao tema, com apoio da Lei Maria da Penha, de 2006, 52% das mulheres que participaram da pesquisa afirmaram que não reportaram a agressão sofrida. Apenas 11% das que procuraram algum tipo de ajuda recorreram à delegacia da mulher.

Em relação ao assédio, 40% das brasileiras com mais de 16 anos disseram ter passado por alguma situação do tipo: 20,4 milhões (36%) receberam comentários impróprios na rua; 5,2 milhões (10,4%) foram assediadas no transporte público; e 5% delas (2,2 milhões) foram agarradas ou beijadas sem consentimento.

O estudo ressalta ainda o racismo estrutural da sociedade ao revelar que mulheres negras (32%) e pardas (31%) relataram mais violência sofrida do que as brancas (25%). Em relação ao assédio, esse número é ainda maior, chegando a 89% das mulheres negras, enquanto o índice entre as brancas é de 35%.

Como afirmou ao G1 a professora do programa de pós-graduação em Estudo Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo da UFBA, o corpo da mulher continua sendo passível de ser agredido, porque é socialmente considerado público.

Fonte:

Revista Galileu


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