“Ponham algo de si na psicanálise… “, Jacques Lacan.
A psicanálise se popularizou de tal forma que suas teorias são, muitas vezes, veiculadas de modo errôneo, como tudo que passa por um processo de grande divulgação, em especial numa sociedade de massas como a nossa.
Assim, é preciso esclarecer o significado dessa expressão. O que é psicanálise? Em primeiro lugar, uma teoria que pretende explicar o funcionamento da mente humana.
Além disso, a partir dessa explicação, ela se transforma num método de tratamento para angústia. Há uma dificuldade do público leigo em diferenciar os profissionais psi.
Em princípio, mesmo que outros utilizem teoricamente o termo, o psicanalista é o único terapeuta que trabalha considerando a presença e ação do Inconsciente. Há situações em que a Teoria Psicanalítica pode ser utilizada e adequada a cada situação, inclusive, que foge às quatro paredes da clínica.
A vida diária é tão complexa quanto o inconsciente, portanto, para cada ato encontramos respostas na psicanálise, obtendo assim um diálogo com a Filosofia. Pensar e agir conforme a Teoria Psicanalítica pode ser a chave para grandes questões e paradigmas que afligem o ser humano nos tempos atuais.
O problema com a toxicomania é amplamente dissertado no trabalho e, mesmo contra-indicado por Freud, ainda pontuo situações que ela, a toxicomania, se relaciona na clínica psicanalítica da atualidade.
Embora as primeiras iniciativas formais de tratamento das toxicomanias tenham surgido em 1784, ainda hoje é uma questão complexa.
Freud afirmou serem as adições um problema para sua teoria, entretanto, há uma vasta produção teórica e exemplos clínicos da eficácia da Psicanálise entre os dependentes químicos. Nesta perspectiva, será desenvolvida uma crítica ao quadro exclusivamente estrutural.
Numa tentativa para caracterizar um perverso é preciso o conhecimento de sua sexualidade, contudo não seriam os vícios traços perversos? Existem muitos casos ditos perversos, mas que não se inscrevem numa estrutura perversa, podendo ser os toxicômanos psicóticos ou neuróticos.
Mesmo se a orientação for estruturalista, há de reconhecer que a toxicomania põe em xeque o estruturalismo ortodoxo.
Cabe, então, outro questionamento: há realmente estrutura perversa na contemporaneidade? E ainda: a toxicomania é traço, um distúrbio ou sintoma?
Para avaliar as questões, uma visão mais apurada do histórico do sujeito e de sua queixa pode permitir ao analista e analisando um decisivo passo a caminho da entrada em análise.