Ser alguém é um fardo.
Quando você é alguém, esse alguém sofre.
Não seja ninguém, não seja nada. Se você não é alguém, ao ser elogiado, você não é o elogio. Ao ser criticado, você não é a crítica. Você “vê”isso acontecendo, mas como não é alguém, não se envolve, não se torna nada.
Assim, seja o que for que disserem de você, não se transforma em você. Se você não é ninguém, não tem nenhuma imagem que precise ser sustentada, nem defendida. Não tem nenhuma imagem com que se orgulhar.
Não tem alguém para ser incrível, nem para ser miserável.
É só alguém que precisa de proteção e consideração. Só alguém que se magoa, que precisa se defender, que precisa lutar, que precisa convencer o outro do valor que tem.
Sendo ninguém, nada disso acontece. O sofrimento de sustentar o peso da identidade cessa.
Sendo ninguém, você não é dono de nada também. Você não pode possuir nada nem ninguém. Você se relaciona com tudo entendendo que nada é seu. Quando tomamos algo por nosso, imediatamente nos agarramos a isso. Começamos então a lutar por manter aquilo que conquistamos e, se, eventualmente, o perdemos, sofremos muito.
Deixando de ser alguém, deixamos de acumular. Deixamos de precisar manter, aumentar e sustentar. Apreciamos as coisas e as pessoas sabendo que não somos donos delas. Deixamos que elas sejam o que são e nos encantamos com a beleza do momento presente.
Lidando com o momento presente, estamos preparados para o que quer que aconteça.