Na pandemia, mulheres adotam mais medidas preventivas do que homens

Pesquisadores do Instituto Max Planck, na Alemanha, descobriram que as mulheres adotam mais medidas preventivas que os homens durante a pandemia de Covid-19. A conclusão foi publicada em maio no medRxiv e é o resultado da análise de dados de mais de 65 mil pessoas de diferentes países que foram coletados via Facebook.

Para realizar a análise, o grupo criou um questionário específico para cada país considerando as medidas de isolamento social e as recomendações governamentais locais. “Descobrimos que mulheres nos oito países estudados percebem a Covid-19 como uma ameaça muito maior que os homens”, explica Daniela Perrotta, líder da pesquisa, em comunicado.

“Elas também estão mais dispostas a adotar comportamentos preventivos para se protegerem do novo coronavírus. Isso é interessante, uma vez que já foi estabelecido que os homens têm maior probabilidade de morrer de Covid-19 do que as mulheres.” Os cientistas descobriram ainda que as mulheres têm menos confiança no sistema de saúde de seus países para responder adequadamente à pandemia.

Homens idosos
Um estudo compartilhado na edição de maio do The Journals of Gerontology confirma o achado do Instituto Max Planck. De acordo com a pesquisa, liderada pela Universidade do Estado da Geórgia, nos Estados Unidos, a parcela da população que menos se preocupa e menos adota medidas preventivas contra o novo coronavírus são os homens idosos.

O artigo analisou o comportamento de 146 adultos com idades entre 18 e 35 anos e 156 na faixa dos 65 aos 81 anos. Todos os participantes moravam nos Estados Unidos, a maioria era caucasiana e tinha pelo menos algum nível de educação universitária.

“Em circunstâncias normais, não se preocupar tanto é uma coisa boa. A vida cotidiana provavelmente é mais feliz se nos preocuparmos menos”, disse Sarah Barber, líder do estudo, em comunicado. No caso de uma pandemia, entretanto, isso é um problema, pois menos preocupação leva a um menor número de medidas preventivas adotadas.

Tendo isso em vista, Barber acredita que, se os homens idosos puderem ter uma melhor educação sobre o vírus, poderão adotar um comportamento mais preventivo — mesmo não estando preocupados.

Fonte: Revista Galileu


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