Só há um poder definitivo; a beleza. Não há defesa, pois ela vem até nós por todos os sentidos. Torna doce o mundo percebido, e é por isso, que muitos temem as mulheres; por sua relação com a beleza. Só as mulheres conseguem vestir-se e investir-se dela. Tê-la pra si e sê-la em si. Imbuída e arraigada; matéria e matriz da miríade de cores presentes para além da visão —pois um cego ainda veria.
Beleza é tão naturalmente da mulher que me espanta alguns tentarem balizar seus matizes. Só quem morreu pode estar imune à beleza e eu ainda tenho minhas dúvidas.
Olhar é um privilégio, um momento que não voltará. Naquela hora o mundo foi melhor; muitas curvas ou uma só, mas especial; única em sua condição, como a íris que se assemelha a uma galáxia, que dá a pista da vastidão de sentimento no olhar de uma mulher. Às vezes transcende a visão; é um jeito, um gesto, magia das deidades; coisa que elas fazem sem se dar conta. Tantas formas de beleza —e como não há tempo numa só vida—, sempre fico tentando entender, àquela invade meus sentidos sem pedir licença; afeta meu mundo e tatua em minha alma a certeza de que só a beleza faz sentido.
(Imagem da artista: Fabiane Alves Balbino @setting_sunshine, desenho com lápis de cor.)