Como o autismo, ajudou Messi a ser o melhor do mundo

O craque do Barcelona, foi diagnosticado aos 8 anos, como portador da Síndrome de Asperger, conhecida como uma forma branda do autismo.

Ter síndrome de Asperger não é nenhum demérito. Essas pessoas, na maioria do sexo masculino, apresentam dificuldades de socialização, atos motores repetitivos e interesses muito estranhos. Popularmente, a síndrome é conhecida como uma fábrica de gênios. É o caso de Messi.

Quando Messi está em campo, é possível identificar, como o autismo revela-se em seu comportamento, nos dribles, chutes, jogadas. “Autistas estão sempre procurando adotar um padrão e repeti-lo exaustivamente”, afirma Nilton Vitulli, membro atuante da ONG Autismo e Realidade.

Messi quase sempre cai pela direita, dribla da mesma forma e frequentemente faz aquele gol de cavadinha, típico dele”, diz Vitulli. E explica que, graças à memória descomunal que os autistas têm, Messi provavelmente deve conhecer todos os movimentos que podem ocorrer, por exemplo, na hora de finalizar em gol. “É como se ele previsse os movimentos do goleiro. Ele apenas repete um padrão conhecido. Quando ele entra na área, já sabe que vai fazer o gol. E comemora, com aquela sorriso típico de autista, de quem cumpriu sua missão e está  aliviado”.

A qualidade do chute, extraordinária em Messi, e a habilidade de manter a bola grudada no pé, mesmo em alta velocidade, são provavelmente, segundo Vitulli, também padrões de repetição, aliados, claro, à grande habilidade do jogador. Mas autistas, segundo Vitulli, não são criativos, apenas repetem o que sabem fazer. “Cristiano Ronaldo e Neymar criam muito mais. Mas também erram mais”, diz ele.

Também fora de campo, seu comportamento é revelador. Quem já não reparou nas dificuldades de comunicação do jogador, denunciadas em entrevistas coletivas e até em comerciais protagonizados por ele? Ou no seu comportamento arredio em relação a eventos sociais?

“É visível o quanto aquele ambiente o incomoda. Aquele ar perdido, louco pra fugir dali. A coçadinha na cabeça, as mãos, o olhar que nunca olha de fato. Um autista tem dificuldade em lidar com esse bombardeio de informações do mundo externo.” Afirma Giselle Zambiazzi, presidente da AMA Brusque.

A ideia de uma das maiores celebridades do mundo ser um autista não surpreende, mas encanta. Messi nunca será uma celebridade convencional. Segundo Giselle, ele simplesmente será sempre um profissional que executa a sua profissão da melhor forma que consegue — mas arredio às badalações, às entrevistas e aos eventos.  “Ele precisa e quer que sua condição seja respeitada. Nunca vai se acostumar com o assédio. Sempre terá poucos amigos. E dificilmente saberá o que fazer diante de um batalhão de fotógrafos e fãs gritando ao seu redor. De qualquer modo, certamente a sua contribuição para o mundo será inesquecível”, diz ela.

Referências:

Esportes R7

Jornal GGN

Guia infantil


William Candaten

Gaúcho de apartamento, graduado em Educação Física e estudante de Nutrição, aficionado por ciências humanas e biológicas. Curioso e preguiçoso, pesquisa tudo que ouve e não sabe, exceto se for cair na prova.

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