Nunca abandone quem jamais o abandonaria

O Universo é um lugar imenso, infinito. E cada átomo criado tem sua finalidade. Cientificamente está mais do que provado de que até em pedras existe vida. Os átomos e até mesmo partículas subatômicas animam e dão forma a tudo o que vemos. E em nosso planeta temos o privilégio de termos uma bela vegetação e sermos honrados com milhões de formas distintas. E este é o tema deste nosso espaço hoje: a vida.

O ser humano, infelizmente, ainda não se deu conta que todos os seres vivos tem sua importância e que diante da imensidão do espaço, somos muito pequenos, como um grão de areia em uma praia. E ainda assim, o homem tem a irritante mania de se sentir o centro do Universo e que é mais importante do que tudo o que existe. Ser antropocêntrico. E egocêntrico.

Na realidade, se a humanidade for extinta agora, o Universo não sentirá a menor falta. Assim como não sentimos a diferença ou a ausência de uma estrela que deixou de brilhar na abóboda celeste.

Vamos à reflexão e passar a observar pequenos comportamentos e manifestações. Vocês já pensaram no milagre que é o nascimento, o surgimento de uma vida?

Uma mulher gerando um ser que é parte de si e que de alguma forma irá contribuir para a evolução da Terra.

A alegria e a ternura de uma mãe.

Todos sentem isso.

E por esta razão, nos chocamos quando ela mãe aborta ou mesmo quando mata ou abandona uma criança recém-nascida.

É a face da crueldade manifesta.

No entanto, a maldade do ser humano não se limita a isso.

Vejamos o amor incondicional que um animalzinho de estimação tem por nós. Tomamos por exemplo o melhor amigo do homem, o cão.

O cachorrinho pode ser xingado e até levar umas palmadas do dono. Mas ele não guarda rancor e toda vez que vê o dono, está alegre, abanando o rabinho, manifestando um carinho desinteressado. Faz por amar, não por querer algo em troca.

E por esta razão é que ficamos indignados com situações que estão se tornando cada vez mais comuns, corriqueiras, cotidianas. Falamos dos abandonos dos animaizinhos de estimação.

Primeiro: você gostaria de ser abandonado quilômetros longe do local onde mora, em um lugar que você não conhece nada e nem ninguém e que está incomunicável para pedir ou receber qualquer ajuda? Sem ter condições de buscar comida ou água?

Isso sem falar que os cães e gatos abandonados na beira da estrada estão sendo levados para a morte certa, uma vez que são lançados em um local onde veículos não trafegam devagar.  E citando o fato de quando vemos motoristas que realmente se importam com isso.

Para mim, esta é uma das formas mais cruéis e covardes de assassinato.

Somemos a isso o fato de que estamos abandonando um amigo que em hipótese alguma nos abandonaria. Pelo contrário, até morreria por nós.

Quando recebemos um animal de estimação em nossa casa, é uma vida que está nos sendo confiada. Se eu for diabético, não tenho que me meter a comer doces, se eu não sei nadar não devo pular na água e, se eu não posso criar um animal de estimação, não assumo o compromisso.

Porém, se eu assumi essa missão, a natureza me deu um voto de confiança. E a natureza sempre busca o equilíbrio. Causa e efeito. Plantar e colher. É isso que nos conforta nesta hora. É muito egoísmo, maldade. E chocados com o excesso de casos neste sentido, conclamamos às pessoas que pensem nisso e não façam e nem permitam que estas barbaridades ocorram.

Os animais de estimação são para serem estimados, com o perdão da redundância. Ele deve ser visto como alguém da família, pois eles de fato o são. Quando os criamos desde filhotes, eles transferem para nós, humanos, o amor que antes seria direcionados a seus pais animais.

A dor de um animal abandonado é a dor de uma criança abandonada por seus pais: eles sentem saudades, solidão, fome, desamparo…
Quer ter um animal de estimação? Primeiro veja se o animal vai crescer muito, pois quando se adquire o filhote não dá para ter muito esta noção. Veja se é uma raça feroz, mansa, brincalhona. Qual sua necessidade?

Adquira um dentro do seu perfil e dentro de suas condições financeiras. Um animal come, bebe, precisa de remédios, cuidados, lugar adequado para passar o dia, para passar a noite, para passar as suas férias (quando você pretende sumir de casa).

Um animal dá trabalho e gastos. Mas também, em troca, ele divide sua vida contigo e dá sua mais pura e completa lealdade a você.

O custo benefício vale à pena.

Pena que nem todos os humanos são tão dignos!!!

A grande lição em que os animais e a natureza são praticamente iniciadores do gênero humano é a de desenvolver o amor. Essa é a grande chave para a felicidade, para a paz, para a realização. O amor é a “lenda pessoal” de cada pessoa. Nenhum conhecimento, bem, experiência tem seu real valor que a chama da mais poderosa energia não estiver vívida em nossos corações. “A medida de amar, é amar sem medidas”.  É como nos legou Mahatma Ghandi, em uma frase que nos mostra o poder desta energia, desta Força, que pode construir um mundo melhor. E não poderia haver melhor citação para encerrar esse texto: “Quando um único homem atinge a plenitude do amor, ele anula o ódio de milhões”.


Diego Franzen

Jornalista e Escritor, nascido na cidade de Cruz Alta RS e residindo em Bento Gonçalves RS. É autor dos livros "Tempora Hostem", um romance policial e esotérico ambientado na Serra Gaúcha e de "Lendas Urbanas de Cruz Alta", uma coletânea de fatos pitorescos ocorridos em sua cidade natal. Atualmente trabalha no romance "A Pedra Oculta", que é ambientado no Rio Grande do Sul no período da Revolução Federalista.

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