Cidade no norte de Caracalpaquistão, república autônoma pertencente ao Usbequistão, No antigo porto em Moynaq, existe um misterioso cemitério de navios abandonados.
O cemitério está literalmente no meio do deserto.
Ali já foi um porto do Mar do Aral, um dos quatro maiores lagos do mundo.
Na década de 1930, os soviéticos queriam transformar a região em uma indústria de algodão e assim deram o primeiro passo na direção do desastre.
Em apenas 40 anos, grande parte do lago secou por causa do sistema agressivo de irrigação usado pelos soviéticos no cultivo do algodão.
Os 60 mil quilômetros quadrados de água e com profundidade de 40 m em alguns locais, evaporou.
E os enormes volumes de agrotóxicos jogados no lago ao longo dos anos ficaram mais concentrados com o encolhimento do lago.
Os peixes logo morreram, interrompendo as atividades da indústria pesqueira no decorrer dos anos.
Entre os anos 1960 e 1980 houve algum sucesso: aumento de 70% na produção total do algodão da União Soviética correspondia à região.
Mas o preço a ser pago foi muito alto.
Como resultado da sangria contínua, o mar foi dividido em dois nos anos 1990. Com o esvaziamento do lago, houve aumento da salinidade das águas.
Crédito: Flickr/Martijn Munneke
O clima da região também mudou: os verões ficaram mais quentes e curtos e os invernos se tornaram mais rigorosos e longos.
Muitos fazendeiros foram obrigados a trocar algodão pelo arroz, embora o cultivo exija muito mais água.
Já as espécies que antes podiam ser encontradas: 73 espécies de aves, 70 de mamíferos e 24 de peixes, a maioria morreu ou migrou para outros lugares.
Atualmente restam apenas 10% do Mar do Aral.
É necessário investimentos bilionários para salvar o lago. Mas além das dificuldades financeiras, é preciso cooperação dos países vizinhos ao Usbequistão.
O desaparecimento gradual do Mar do Aral é considerado um dos mais terríveis desastres ambientais causados pelo homem.
Fonte: Awebic