Se pedirem para você citar inventores importantes, nomes como Thomas Edison, Alexander Graham Bell e Leonardo da Vinci provavelmente virão à sua mente.
Mas e Mary Anderson? E Ann Tsukamoto? Já ouviu falar delas?
Talvez não, mas certamente conhece seus feitos: Anderson patenteou o limpador de para-brisa controlado pelo lado interno do veículo; Tsukamoto desenvolveu um processo para isolar células-tronco humanas.
A série da BBC “100 Mulheres”, dedicada a histórias nas quais as personagens femininas são as protagonistas, lançou um desafio. A ideia é incentivar mulheres de todo o mundo a criar inovações para alguns dos maiores problemas que enfrentam.
Para quem busca uma inspiração, listamos nove mulheres e suas invenções:
1. Softwares de computadores – Grace Hopper
Depois de entrar na Marinha dos EUA, ainda durante a Segunda Guerra Mundial, a almirante Grace Hopper foi destacada para trabalhar num novo computador chamado Mark 1.
Pouco depois, ela já estava na linha de frente da programação de computadores.
Em 1952, ela criou o primeiro compilador, para traduzir um comando textual para uma linguagem em códigos a serem lidos pelo computador. Isso fez com que a programação fosse mais rápida e acabou revolucionando a forma como esses sistemas funcionam.
Hopper também popularizou o termo “debugging”, usado para até hoje para descrever o processo que evita e reduz defeitos de softwares, depois que um inseto foi tirado de dentro da máquina dela.
A “Incrível Grace”, como ela era conhecida, continuou trabalhando com computadores até se aposentar como a mais velha oficial da Marinha, aos 79 anos
2. Identificador de chamadas e chamada em espera – Shirley Ann Jackson
Shirley Ann Jackson é uma física cuja pesquisa, nos anos 1970, a levou a criar o identificador de chamadas e a chamada em espera.
As invenções de Jackson no campo das telecomunicações também permitiram que outros inventassem o fax portátil, cabos de fibra ótica e células solares.
Ela foi a primeira mulher negra americana a ganhar o título de doutora pelo MIT, sigla em inglês para o renomado Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
3. Limpador de para-brisas – Mary Anderson
Em um dia de inverno, em 1903, Mary Anderson visitava Nova York quando percebeu que o motorista era forçado a abrir as janelas do carro toda vez que precisava limpar a neve do vidro da frente.
E, toda vez que isso acontecia, os passageiros ficavam com frio. Anderson pensou numa solução: uma lâmina de borracha que poderia ser acionada de dentro do carro. Em 1903 ela patenteou o equipamento
A invenção, contudo, não agradou as montadoras, que acreditavam que o parabrisa iria distrair os motoristas. Anderson nunca lucrou com sua criação, nem mesmo quando os limpadores se tornaram padrão nos veículos.
4. Bateria de longa duração – Olga D. Gonzalez-Sanabria
Pode até ser que a descoberta de Olga D. Gonzalez-Sanabria não seja a mais empolgante desta lista, mas as baterias de níquel e hidrogênio com longa duração são tão importantes que ajudaram a manter ligada a Estação Espacial Internacional.
A porto-riquenha desenvolveu essa tecnologia em 1980. Atualmente, é diretora de engenharia de um dos centros de pesquisa da Nasa em Ohio, nos EUA.
5. Lava-louças – Josephine Cochrane
Josephine Cochrane queria uma máquina que lavasse pratos mais rápido que seus empregados – e que não os quebrassem.
Criou, assim, uma máquina cujo motor fazia uma roda girar dentro de uma caldeira de cobre e usava a pressão da água.
Mas o que motivou Cochrane a patentear a invenção em 1886 e a abrir sua própria fábrica de produção foram as dívidas deixadas pelo marido, que era alcoólatra.
6. Sistema de segurança doméstico – Marie Van Brittan Brown
A enfermeira, que passava boa parte do dia sozinha em casa, teve uma ideia para se sentir mais segura. Foi então que, em parceria com o marido, Marie Van Brittan Brown desenvolveu o primeira sistema de segurança doméstico.
O equipamento era complicado: uma câmera conectada a um motor se movia para cima e para baixo na porta para registrar imagens por meio de um olho mágico. O monitor, no quarto do casal, estava equipado com um alarme.
7. Isolamento de células-tronco – Ann Tsukamoto
A patente do isolamento de células-tronco de humanos foi concedida em 1991 e, desde então, o trabalho de Ann Tsukamoto já levou a grandes avanços.
A descoberta tem ajudado a compreender o sistema sanguíneo de pacientes com câncer, o que faz aumentar as esperanças de se descobrir a cura da doença.
Atualmente, Tsukamoto tem conduzido mais pesquisas sobre o crescimento de células-tronco e é cotitular da patente em sete outras invenções.
8. Fibra Kevlar – Stephanie Kwolek
A química Stephanie Kwolek criou uma fibra leve usada em coletes à prova de balas e armaduras corporais.
Desde a sua descoberta, em 1965, o material, que é cinco vezes mais forte que o aço, já salvou milhões de vidas e é usado por milhões de pessoas todos os dias.
É possível encontrar a fibra em produtos que vão desde luvas domésticas a celulares, aviões e pontes suspensas.
9. Monopoly – Elizabeth Magie
A criação de um dos jogos de tabuleiro mais populares da história já foi atribuída a um homem chamado Charles Darrow. Mas as regras do Monopoly, lançado no Brasil como Banco Imobiliário, foram na verdade inventadas por Elizabeth Magie.
O objetivo de Magie era demonstrar a acumulação de riqueza com um jogo inovador, no qual os jogadores trocaram dinheiro e propriedade falsos. Ela patenteou em 1904 o “Landlord’s Game” (“O jogo do proprietário”, em tradução livre).
A versão que conhecemos hoje foi lançada em 1935 pela empresa Parker Brothers. Ao descobrir que Darrow não era o único criador, a companhia comprou a patente de Magie por apenas US$ 500.
Fonte: Uol