Como Sidarta Gautama, o Buda, pode lhe ajudar a lidar com a dor

A dor poderá, em algum momento, aparecer na nossa vida – seja devido ao falecimento de familiares, problemas de saúde, decepções amorosas ou, quem sabe, devido à frustração de um grande sonho.

O modo como cada um reage diante de situações difíceis é muito particular – alguns as enfrentam com maior resiliência, já outros, para lidarem com o ocorrido, precisam de um maior tempo e esforço.

Estamos cientes que, assim como as alegrias, as dores também fazem parte da vida. De acordo com Sidarta Gautama, o Buda, aceitar que a dor existe é o primeiro passo para superá-la. A aceitação da dor, como acredita o Buda, inevitavelmente, nos leva ao caminho da sabedoria.

Sim, isso porque todas as dificuldades trazem consigo a oportunidade de crescimento e aprendizado. Não somos mais quem éramos há alguns anos e, com certeza, não trouxemos apenas flores nessa longa caminhada. Precisamos atravessar também as montanhas altas que jurávamos serem intransponíveis. Pois bem, cá estamos, vivos: respirando, o nosso coração batendo forte, os sonhos tão altos que quase alcançam o céu.

Nesses momentos nos damos conta de que: a dor não destrói e nunca destruirá quem nós somos. É bem verdade que ela pode alcançar além da superfície e penetrar no domínio das nossas emoções. É bem verdade que, por algum tempo, talvez fiquemos cabisbaixos, com o olhar perdido, voltado para o vazio do horizonte. E se não tivermos o cuidado poderemos, ainda, duvidar das nossas forças.

Entretanto, eis que das cinzas de tudo o que parecia sem saída, renasce a fênix que relembra quem nós somos. Para além do corpo, existe dentro de nós um ser repleto de sonhos e que não pode ser tocado com os sentidos físicos, mas apenas sentido com os olhos da alma. Quando tudo parecer estar perdido, precisaremos fechar os olhos e olhar para dentro, lá para o fundo da nossa essência – somente assim nos reencontraremos.

Buda nos lembra que a fonte de todos os sofrimentos reside na matéria, pois visto que é passageira, não poderá nos trazer a felicidade. Sidarta acredita que o apego à aparência faz brotar em nós o desejo e de tanto desejar todas as coisas, os seres humanos sofrem no momento que as perdem. Para o Buda:

“Quem, neste mundo, é dominado pela sede de desejos vê seus males crescerem como a relva birana após a chuva. Mas quem, neste mundo, domina seus desejos, tão difíceis de vencer, vê seus males caírem, como uma gota de água desliza da folha do lótus.”

Entender que a dor serve ao propósito de aprendizado na nossa vida, torna-nos mais receptivos a vê-la como um veículo de consciência – por meio dela acessamos a nossa força maior, alcançamos a serenidade para ver que os acontecimentos dolorosos da vida passam e, assim, despertamo-nos para a perspectiva de que a sabedoria do Universo e a nossa essência são eternas.


Saulo de Oliva

Médico, especializado em Psiquiatria. Psicólogo.

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