Lidar com as mudanças e com a inegável transitoriedade da vida é um desafio para todos, pensando nisso trouxemos 4 dicas dadas por especialistas que vão te ajudar a desenvolver ferramentas para lidar com esse desafio que fará parte de toda a sua vida, já que a vida é mudança, é movimento.
“A vida é como andar de bicicleta; você deve se mover para não cair”
Especialistas de diferentes áreas têm dado a sua opinião sobre este assunto, e procuramos alguns deles para identificar estratégias que possam nos ajudar.
Vamos lá?
1- Trabalhe a aceitação
A vida é cheia de experiências pelas quais passaremos, mas também de obstáculos que enfrentaremos. As mudanças, por exemplo, podem representar uma ameaça real à nossa estabilidade. Assim, embora uma etapa de mudanças não deva ser negativa (pelo contrário, pode ser uma oportunidade), a verdade é que, às vezes, as mudanças incluem situações desagradáveis ou incômodas, bem como uma reorganização da nova realidade.
Portanto, trabalhar a aceitação pode nos beneficiar no enfrentamento das mudanças. O que isso significa? Basicamente, que devemos nos adaptar à nova realidade a cada dia, assumindo as perdas quando elas chegam e tendo a consciência de que só existe o momento presente.
César Piqueras, coach executivo e escritor, também fala sobre a importância da aceitação diante das mudanças. Como ele mesmo afirma: “Quando aceitamos, estamos escolhendo o caminho da sabedoria. Não há mais reclamação, não há mais raiva, há apenas aceitação”. Além disso, na aceitação, não há energia inibida ou resignação; há um acolhimento do que está por vir, da mudança.
“Aceitar é uma forma de dizer ‘está tudo bem, aceito que seja assim, não vou resistir’”.
– César Piqueras –
2- Olhe para a frente
O psicoterapeuta Demián Bucay afirma que, em situações de mudança, é possível que haja um ganho maior do que a perda, embora isso não signifique não sentir dor pelo que deixamos para trás. Sentir dor é normal quando precisamos assumir que uma etapa da nossa vida acabou, por exemplo.
Portanto, olhar para a frente pode nos ajudar a encarar a situação com mais serenidade e consciência. O passado não voltará, mas temos um presente (às vezes, cheio de oportunidades) que nos permitirá construir o nosso futuro.
“O futuro depende do que você faz hoje”.
– Gandhi –
3- Mude
César Piqueras afirma que existem 4 maneiras de enfrentar as mudanças: 1) Resistir e reclamar; 2) Resignar; 3) Aceitar e 4) Mudar. As mais adaptativas são as duas últimas, e é por isso que vamos nos concentrar nelas (embora a resignação também possa ser adaptativa).
Piqueras sugere que ganhamos mais quando vamos além da reclamação ou da resignação. Nós avançamos quando estamos dispostos a mudar o que não gostamos.
Assim, embora pareça repetitivo, outra forma adaptativa de enfrentar as mudanças é intervir no que consideramos necessário. É verdade que as mudanças às vezes nos deixam pouca margem para modificar o curso dos eventos com a nossa reação, mas isso nem sempre acontece. Vamos nos apoiar nisso (ou se não, também podemos escolher mudar a nossa visão dos eventos ou mudar a nós mesmos).
“Se ocorrer uma mudança, você terá que encontrar maneiras de mudar a si mesmo, para que a mudança seja um elemento positivo”.
– César Piqueras –
4-Tome consciência
Ignacio Martínez, coach de negócios, destaca a importância de nos conscientizarmos do que pretendemos alcançar com essas mudanças. Caso sejam mudanças que não escolhemos voluntariamente, devemos nos permitir sentir tudo o que a nova situação gera (tristeza, raiva, aborrecimento…), e começar a trabalhar na aceitação quando nos sentirmos prontos para isso.
Ignacio também comenta que pode ser benéfico estar ciente das consequências que a ‘não mudança’ acarretaria, bem como focar nas oportunidades da nova realidade ou do novo contexto. Embora esse enfoque seja no ambiente de negócios, podemos extrapolá-lo para outros tipos de situações.
“O primeiro passo para a mudança é a conscientização. O segundo passo é a aceitação”.
– Nathaniel Branden –
A importância da flexibilidade e da conscientização
Como podemos perceber, não existe uma maneira única de lidar com as mudanças, e cada pessoa deve encontrar a sua (ou usar uma ou outra dependendo da situação). Além disso, nem todas as mudanças da vida são iguais. Haverá mudanças importantes (por exemplo, casar, emigrar, perder um ente querido…) e outras de menor repercussão (mudar de academia, ter um novo melhor amigo…).
Porém, o que importa é o valor que cada um dá a esse tipo de mudança e como decide enfrentar a nova realidade. Ter as ferramentas necessárias pode nos ajudar neste caminho de vida que exige flexibilidade mental, uma boa dose de conscientização e, sobretudo, compreender que a vida nos permite escrever um novo começo a cada dia.
Giorgio Nardone, psicoterapeuta estratégico, e Paul Watzlawick, psicólogo e filósofo, afirmam o seguinte: toda mudança é um processo, uma arte, um fluxo constante de pensamentos, sentimentos e emoções. Nesse fluir, ganhamos quando apostamos em um olhar flexível, consciente e aberto.