Muitos acreditam que para serem felizes precisam de uma pessoa ao seu lado disposta a amá-los. Não há nenhum problema em querer se sentir seguro e amado, mas há um sério problema quando a pessoa não se ama e se sente insegura.
Em casos como este, pode-se cair, facilmente, no erro de achar que não se pode ser feliz sem a pessoa amada – sem perceber, a insegurança abre o caminho para que seja criada a carência afetiva.
A carência afetiva não é amor, mas gosta de viver às suas sombras e se passar por ele. Alguns gostam de dizer que sofrem por amor, contudo, pare para pensar: o amor é o sentimento mais lindo que une todos os seres do universo. A partir do momento que permitimos que se torne uma ferida, ele perde o seu real significado.
Ao dizer que apenas outra pessoa pode lhe fazer feliz, é o mesmo que admitir que você próprio não pode se fazer feliz. Quando foi que o outro se tornou mais importante do que a sua vontade de ser feliz? A partir de qual momento você abriu mão de si, dos seus sonhos e planos para o futuro, com o único fim de atender as necessidades alheias?
O conceito que você tem de si, a consciência dos seus valores, a honra de ter chegado até aqui, dão-lhe a força para lutar por si. Nenhuma relação que se preze faz com que nos esqueçamos quem somos e nos apaguemos. Se você se permitir sumir, pouco a pouco, o que restará de você?
É desse modo que em uma relação, muitos se tornam estranhos para si mesmos, passam a se desconhecer, a fugirem de si – chegam ao ponto de sentirem saudades de quando tinham tempo para a sua própria companhia. Olham para trás e veem tudo aquilo que passou e como foram deixando de lado a própria vida – os velhos sonhos logo se tornam um baú empoeirado de lembranças.
Ao abrir mão dos seus sonhos, a vida lhe escapa, sutilmente, por entre seus dedos. A vida fica sem graça e sem o brilho do sol. Você se dedica tanto ao outro que resolve dar para ele, de bandeja, toda a sua luz. Só que essa luz é tão forte que queima a pele e faz arder as emoções.
Tem tanta gente precisando de sua luz no mundo, por que você deixa que apenas uma única pessoa seja iluminada por seu brilho? O que ela tem de tão especial para que você a coloque em um pedestal e se jogue aos seus pés?
Já parou para pensar que você nem sempre foi assim? Lembra do tempo que você era criança e se achava uma super-heroína? Voava pelos céus mais distantes, visitava outros planetas, e a sua única preocupação era ser feliz?
Você continua sendo, por dentro, essa pequena garota, encantada por si mesma e pelo mundo, só precisa crescer mais um pouco e deixar de acreditar que existem príncipes encantados sempre a postos para salvá-la do perigo. A princesa precisa sair do castelo de conto de fadas e aprender a resolver os seus problemas por conta própria.
Quando escolhemos uma pessoa para estar ao nosso lado, não devemos abrir mão da nossa individualidade. O relacionamento é formado por duas pessoas inteiras, que se respeitam e realizam os seus sonhos. Ninguém é bengala do outro em uma relação e ninguém está lá para suprir as faltas do outro. As pessoas se unem em uma relação para se expressarem, exatamente, como são: inteiras.
Procure dividir esse amor que você tem de montão, no fundo do seu coração, com todos os seres. Existem pessoas que precisam do seu cuidado e atenção – você existe para deixar a sua mensagem no mundo.
Lembre-se das palavras de Sri Ram:
“Você deve perder o seu coração e buscá-lo em todos os lugares. Quando você o encontrar, você o descobrirá como o coração de todas as coisas.”
Por quantos lugares você já espalhou o seu coração?