A decomposição do corpo humano, olhando assim de fora e sem muitos preconceitos, é uma coisa curiosa. Na verdade, é relativamente fácil pesquisar sobre a decomposição do corpo humano embaixo da terra, mas e quando a pessoa morre no mar?
O Live Science publicou um texto explicando a respeito, afinal os cientistas parecem saber pouco sobre o assunto e, por isso, uma equipe de pesquisadores resolveu jogar porcos mortos no oceano e filmar a decomposição desses animais. O experimento foi conduzido pela entomologista forense Gail Anderson, da Universidade de Simon Fraser, no Canadá.
Experimento
Para acompanhar o apodrecimento dos porcos embaixo d’água, Anderson e sua equipe contaram com o laboratório subaquático VENUS, que permite que cientistas façam vídeos online. A escolha dos porcos tem a ver com o fato de que eles são cientificamente próximos a nós, humanos: são animais grandes, com o mesmo tipo de bactéria intestinal e relativamente sem muitos pelos pelo corpo.
Anderson e sua equipe usaram um equipamento submarino para jogar três carcaças de porcos a 100 metros de profundidade em uma região de água salvada perto da Ilha Vancouver. Com a ajuda do VENUS, os cientistas conseguiram monitorar os corpos dos animais em tempo real. O laboratório submerso permitiu também que os pesquisadores conseguissem medir níveis de oxigênio, temperatura, pressão e salinidade do ambiente. Depois, os ossos foram coletados para que mais testes fossem realizados.
No fundo do oceano, os porcos foram o banquete de camarões, caranguejos e lagostas. Até mesmo um tubarão se alimentou de um dos animais mortos. De acordo com o relato dos pesquisadores, depois de um mês dois porcos já haviam sido devorados completamente, enquanto que o terceiro levou mais alguns meses para ser reduzido ao esqueleto. A diferença de tempo se deu por causa do nível de oxigênio na água, que estava menor.
Conclusões
Com pouco oxigênio, os animais maiores não conseguiam chegar até o porco. Os menores, mesmo que conseguissem chegar, não tinham força suficiente para comer a pele do animal. Por isso o terceiro porco demorou para ser comido: os animais pequenos tiveram que esperar que o nível de oxigênio da água aumentasse para que os grandes devorassem a parte de fora do animal e os pequenos pudessem finalmente comer as entranhas.
A análise dá à equipe científica uma ideia mais realista a respeito do que acontece com o corpo de uma pessoa que por algum motivo vai parar embaixo d’água. Diferente dos micro-organismos que se alimentam da carne humana quando uma pessoa é enterrada, no fundo do mar o banquete é mais visível.
Anderson explica que saber como os corpos se decompõem no fundo do oceano é importante, por exemplo, para que equipes de busca saibam o que podem encontrar. Se você quiser ver algumas imagens gravadas pela equipe de Anderson, clique aqui – essas imagens podem ser consideradas fortes para pessoas sensíveis, então pense bem antes de assistir.
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