Os últimos meses parecem ter sido responsáveis por mudar o eixo da terra. A maioria das nações do mundo vive uma crise de saúde pública que maximiza todas as nossas mazelas mais ancestrais, como a desigualdade social, a falta de saneamento básico, a falta de moradias para todos, e daí por diante. O Brasil já soma mais de 16 mil óbitos causados pela Covid-19. Ainda assim, ainda há quem esteja seguindo sua vida como se nada disso acontecendo.
Para exemplificar, no dia em que o Brasil contabilizou 10 mil vidas perdidas, um cliente pediu vinho espumante em um restaurante de Gramado, Rio Grande do Sul. Como se a data merecesse comemoração, as garrafas foram servidas em caprichadas champanheiras. Estimulado por um dos clientes, garçons começaram a dançar a coreografia do famigerado meme do caixão, no qual um grupo de homens carrega um caixão fazendo uma dança animada ao som de música eletrônica. Como é esperado, a comemoração em público, fazendo piada das muitas vidas perdidas devido a essa pandemia arrasadora, chocou muita gente. A direção do bar pediu desculpas, mas é pouco.
Outro exemplo brutal: em Araucária, perto de Curitiba, o empresário Danir Garbossa, que insistia em entrar em um supermercado sem máscara de proteção, de uso obrigatório na cidade, agrediu um funcionário e criou confusão com o segurança. Como desfecho do conflito, o empresário usou poder de fogo para fazer valer sua vontade, tirando a vida da funcionária Sandra Ribeiro, de 45 anos.
Por que, afinal, muitos não conseguem ter empatia diante de uma situação que faz sofrer tantas pessoas? Consultada pelo programa Fantástico, da Rede Globo, a neurocientista Cláudia Feitosa-Santana deu seu parecer. Para ela, negar a gravidade da doença pode ser uma defesa encontrada por algumas pessoas que não conseguem encarar o peso da pandemia:
“EM GERAL NOS SERES HUMANOS O QUE ACONTECE COM A GENTE? QUANDO VEM UMA DIFICULDADE MUITO GRANDE, OU O ANÚNCIO DA MORTE DE ALGUÉM QUE MORRE MUITO QUERIDO, QUAL É NOSSA PRIMEIRA REAÇÃO? É NEGAR, ISSO NÃO É VERDADE”.
Redação CONTI outra. Com informações de G1
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