No final de fevereiro, quando o novo coronavírus passou a assolar o Brasil, cada pessoa que contraía a covid-19 infectava, em média, 3,5 indivíduos. Quando passamos a adotar medidas de isolamento social a partir de 23 de março, esse valor diminuiu para 1,9.
E agora, com mais estados mantendo as medidas preventivas, chegamos na marca de 1,4. O número pode parecer baixo, mas ainda é significativo, porque implica que dois indivíduos infectados podem transmitir a doença para outras três pessoas.
Rubens Lichtenthäler Filho, físico nuclear e professor da Universidade de São Paulo (USP), e seu filho Daniel, médico do Hospital Israelita Albert Einstein, são os pesquisadores responsáveis por esta estimativa que ainda causa preocupações por demonstrar um crescimento exponencial da pandemia em um momento no qual já atingimos mais de 260 mil casos.
Os pesquisadores utilizaram dados oficiais durante este trabalho, e explicaram que momentos importantes da pesquisa coincidiram justamente com épocas em que os estados adotaram medidas mais rigorosas de quarentena. Daniel também explicou que flutuações estatísticas foram eliminadas, como por exemplo, dias conhecidos por possuírem poucos registros médicos. Além disso, eles consideraram também o período de incubação e a duração da doença.
“A gente sabe que o impacto que estamos vendo é o de medidas progressivas de distanciamento social ao longo do tempo”, afirmou o médico.
Fonte: Megacurioso