Muitas seitas e movimentos New Age usam de forma fantasiosa a história e a lenda do Conde de Saint Germain. Mas quem foi esse homem? Ele realmente existiu? O que é fato e o que é falácia? Vamos abordar alguns aspectos acerca deste fascinante personagem nesse artigo.
Há quem coloque o Conde de Saint Germain com uma espécie de guia ou guru da Nova Era, no patamar de Jesus Cristo. E essas avaliações religiosas, baseadas em mensagens supostamente vindas do além, acabam maculando a fantástica história do conde de Saint Germain.
Conde de St. Germain (Transilvânia, 28 de maio de 1696 — Eckernförde 27 de fevereiro de 1784) foi uma das figuras mais misteriosas do século XVIII. Tido como místico, alquimista, ourives, lapidador de diamantes, cortesão, aventureiro, cientista, músico e compositor.
Após a data de sua morte (de precisão incerta), várias organizações místicas o adotaram como figura modelo. Segundo relatos antigos, era imortal e possuía o elixir da juventude e a pedra filosofal.
As primeiras aparições registradas do Conde de St. Germain deram-se em 1743, em Londres, e em 1745, em Edimburgo, onde ele foi aparentemente preso, acusado de espionagem. Solto, logo adquiriu a fama de ser um virtuose no violino. Tinha hábitos ascéticos e celibatários. Durante esse tempo, conheceu Jean-Jacques Rousseau, que declarou ser a pessoa do Conde “a mais fascinante e enigmática personalidade que já conhecera”. Desapareceu subitamente em 1746. Horace Walpole, que conheceu St. Germain em Londres, em 1745, o descreveu: “Ele canta, toca o violino maravilhosamente, compõe, mas é louco e falta-lhe sensibilidade”.
Reapareceu em Versalhes, no ano de 1758. Dizia-se ourives e lapidador, bem como trabalhava com tingimentos de tecidos que nunca desbotavam, por terem uma fórmula secreta. Hospedou-se em Chambord, sob a proteção do rei Luís XV, de quem havia angariado a confiança, e também de sua amante, Madame de Pompadour.
Em 1760, ele deixou a França, indo para a Inglaterra, cujo Ministro de Estado, duque de Choiseul, tentou prendê-lo.
Depois desses fatos, esteve nos Países Baixos e em São Petersburgo, na Rússia, quando o exército russo colocou Catarina, a Grande no trono. Mais tarde, a destituição do imperador com a substituição por Catarina seria atribuída a uma conspiração do Conde.
No ano seguinte, foi para a Bélgica, onde comprou terras com o nome de Conde de Surmount. Tentou oferecer sua técnica de tratamento de madeira e couro ao Estado. Durante as negociações, que resultaram em nada, na presença do primeiro-ministro Karl Cobenzl, ele transformou ferro em algo com a aparência do ouro. Depois desapareceu por onze anos, para reaparecer em 1774, na Baviera, sob o nome de Conde Tsarogy.
Em 1776 o conde ainda se encontrava na Alemanha, com o título de Conde Welldone, ainda oferecendo receitas de cosméticos, vinhos, licores e vários elixires.
Impressionou os emissários do rei Frederico II com sua capacidade de transmutação de simples metais em ouro. Para Frederico, ele se apresentou como maçom.
Posteriormente, o Conde de St. Germain estabeleceu-se na residência do príncipe Karl de Hesse-Kassel, governador de Schleswig-Holstein, e lá pesquisou a fitoterapia, elaborando remédios para dar aos pobres. Para o príncipe, ele se apresentou como Francis Rákóczi II, príncipe da Transilvânia.
MORTE
Em 27 de fevereiro de 1784 o conde de Saint Germain morreu na residência junto à fabrica cedida pelo príncipe Carlos de Hesse-Kassel. Sua morte foi registrada nos anais da Igreja de São Nicolau em Eckernförde e sepultado no dia 2 de março. No dia 3 de abril a câmera e burgomestre de Eckernförde emitiu um proclama de leilão dos poucos pertences deixados pelo conde, já que nenhum parente apareceu para reclamá-lo
LIVROS
Muitos livros são atribuídos a Saint Germain. Mas apenas um de fato pode ser ligado a ele. E nem é de autoria de Saint Germain. Trata-se de “Santíssima Trinosofia” que é uma coletânea de seus ensinamentos, compiladas por seus discípulos.
MÚSICA
Saint Germain era um grande músico e escreveu grandes óperas, ate hoje executadas.
OUTRAS REFERÊNCIAS
Madame Helena Blavastky, fundadora da Sociedade Teosófica, foi a primeira pessoa a dar uma imagem de Mestre Espiritual a Saint Germain, quando apresentou o Conceito de Grande Fraternidade Branca e dos Sete Raios, o colocando no patamar de Avatar.
Há obras outras obras, cuja autenticidade é impossível de precisar, por estarem baseadas em crenças religiosas e místicas (que estão bem longe de ser unanimidade entre os esoteristas), em que Saint Germain é citado.
Ele é o personagem central dos livros Mistérios Desvelados e
A Presença Mágica (escritos por Guy Ballard, nos anos 1930) e um personagem do livro “O Segredo do Immortal Nicholas Flamel: O Mago”, aonde desempenha um alquimista que ajuda Nicholas Flamel.
Na segunda temporada do Seriado Outlander, Saint Germain é um dos personagens (retratado como vilão).