Após muitas semanas se matando na academia e persistindo naquela dieta de saladas, você finalmente resolve experimentar aquela calça justa e vê que, magicamente, está sobrando espaço entre sua barriga e o tecido. Mas as formas como nosso organismo realiza esse processo surpreendente são um mistério para a maioria das pessoas.
A gordura corporal é essencialmente formada a partir de ácidos graxos, moléculas transportadas pelo sangue que possuem funções variadas. Na maioria dos casos, esses compostos são absorvidos e armazenados pelo corpo na forma de lipídeos. A maioria dos seres humanos possui uma quantidade predeterminada de células gordurosas, que varia entre 10 e 30 bilhões nas pessoas que não estão acima do peso.
Ficamos mais pesados quando nosso organismo absorve mais energia do que gasta e armazena o excesso dentro de nossas células de gordura, que se expandem para abrigar o conteúdo adicional. Quando comemos mais do que o necessário por um longo período de tempo, podemos até forçar nosso organismo a criar novas partículas adiposas. No entanto, não existe nenhum método natural para eliminar completamente esse tipo de tecido.
Apertando o cinto
Quando diminuímos nosso consumo de calorias e gastamos mais energia com exercícios físicos, nossos níveis de glicose no sangue caem e o corpo passar a transformar a gordura guardada em glicerina e ácidos graxos. Esse processo faz com que as células de gordura encolham e, dessa forma, você perde peso.
No entanto, esses pequenos armazéns de energia esvaziados continuam presentes, o que explica a facilidade com que o peso perdido pode ser recuperado – o chamado efeito sanfona. Cirurgias de lipoaspiração são o único método conhecido para remover partículas adiposas permanentemente, mas elas não são recomendadas para pessoas obesas e não impedem a criação de novas células de gordura.
O mito da perda localizada
De acordo com Susan Fried, diretora do Centro de Pesquisa em Obesidade e Nutrição de Boston, quando perdemos peso, ficamos mais leves pelo corpo todo na mesma proporção da distribuição da gordura. Dessa forma, não há nenhum tipo de dieta e de exercício capaz de causar diminuição das medidas em partes específicas.
Diretor do Centro de Pesquisa em Obesidade e Educação da Temple University, Gary Foster critica as revistas de estética e saúde por estimularem a ilusão de que é possível ficar mais leve em partes específicas. “Quando você começa a perder peso, isso acontece proporcionalmente por seu corpo todo, seja no seu pescoço, cintura, tornozelo ou circunferência. Você acaba menor, mas com a mesma forma corporal”, afirmou.
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