É fundamental reconheceres a tua importância na tua vida. Por algum motivo nasceste, aprendeste a respirar e tiveste direito a um nome, nome esse que, em conjunto com as tuas características, te identificará eternamente como um ser individual, único e livre. Haverá algo mais especial e precioso que isso? Estou em crer que não; ainda assim, encontro muitas pessoas a quererem ser outras e outras ainda a querer acabar com elas próprias na esperança de, imediatamente, poderem vir a ser outro alguém. É o teu caso? Se for deve ser uma chatice, mas, também, se não te dás qualquer importância, que importância te darei eu? Já calculaste o perigo em que incorres por pensar desta maneira? Em menos de nada, estarás sozinho ou rodeado de gente como tu, ausente e que meteu férias no inferno para sempre. Bom, mas alegrem-se os corações porque acredito que não lerias estas linhas iniciais se nada estivesse a borbulhar aí dentro, se não existisse, pelo menos, uma fugaz esperança e uma enorme vontade de mudar. Está atento, o passado só influencia o presente se mantiveres o mesmo comportamento, por isso liberta-te dessa dor por uns instantes e lê em voz alta a próxima frase tantas vezes quantas achares necessário.
Não há nada nem ninguém que me possa substituir ao longo desta viagem que é a vida, nem nada nem coisa alguma que possa ser mais importante do que eu, seja em que momento for, pois só assim poderei ser útil aos outros, incondicional, e, só assim, conseguirei valorizar quem me rodeia e reconhecer o mérito alheio.
É prioritário que sejas uma prioridade para ti, pois só assim poderás identificar-te com uma filosofia de vida ou criar a tua própria forma de estar, saber quem és, ser feliz, apaixonado e independente. Será que já estás na pole position da tua vida? Experimenta por uma hora e perceberás a diferença.
O teu amor-próprio é a ponte para o mundo e, como tal, não conseguirás chegar, verdadeiramente, a nada nem a ninguém se não te amares a ti primeiro. Se ignorares esta máxima, não passarás de uma ilha, onde, com o passar vagaroso do tempo, te começarão a escassear as provisões e acabarás por morrer como sempre estiveste, sozinho. Sem esse amor por ti não há liberdade, não há passos firmes nem convictos, não há sequer um caminho, uma orientação, nada. Não te esqueças de que, na vida, tudo passa. Passam as pessoas, as coisas, a fé, as paixões, os amores assolapados, a juventude, enfim, tudo… tu ficas, apenas tu, e a única forma de conseguires aproveitar e suportar tanta exaltação junta passa pela relação que tens contigo.
Gustavo Santos, in ‘Arrisca-te a Viver’