(…) Apesar da idade, não me acostumar à vida. Vivê-la até ao derradeiro suspiro de credo na boca. Sempre pela primeira vez, com a mesma apetência, o mesmo espanto, a mesma aflição. Não consentir que ela se banalize nos sentidos e no entendimento. Esquecer em cada poente o do dia anterior. Saborear os frutos do quotidiano sem ter o gosto deles na memória. Nascer todas as manhãs.
— Miguel Torga, in “Diários”
(…) Cada um de nós é um grão de pó que o vento da vida levanta, e depois deixa cair. […] O mais alto de nós não é mais que um conhecedor mais próximo do oco e do incerto de tudo.
— Bernardo Soares, in “Livro do Desassossego”
É o prazer de viver que dispersa, suprime a concentração, paralisa todo o impulso para a grandeza. Mas sem prazer de viver… Não, a solução não existe… A menos que seja uma solução fazer de um grande amor uma raiz e nele encontrar a fonte de vida sem o castigo da dispersão.
Albert Camus, in ‘Cadernos’
“O desenho de nossas vidas, como a chama da vela, é continuamente conduzido em novas direções por diversos eventos aleatórios que, juntamente com nossas reações a eles, determinam nosso destino. Como resultado, a vida é ao mesmo tempo difícil de prever e difícil de interpretar.”
Leonard Mlodinow
“Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo.”
— Hermann Hesse, in “Leituras Para Minutos”.