Freddie Fuller
é um cantor e compositor de música folk e country que já fez shows para plateias imensas em Austin, no Texas.
Já gravou dois álbuns, criou um show de um homem só como caubói texano e até tocou para tropas no exterior.
Mas uma de suas apresentações mais profundas são quietas e para poucos.
Freddie faz apresentações acústicas e personalizadas para pessoas à beira da morte
Nos últimos anos, Freddie fez uma parceira com uma ONG chamada Swan Songs para levar o dom da música às pessoas que estão enfrentando diagnóstico de doenças terminais.
Freddie e os outros músicos do Swan Songos já fizeram mais de 500 apresentações íntimas como forma de celebrar a vida daqueles que estão prestes a partir, seus amigos e familiares.
Por que música?
A resposta é simples: “música é uma das poucas coisas que nós, humanos, permitimos que seja tocado no fundo de nossos corações”, explica Freddie.
Geralmente, a morte é algo que não falamos. Longe dos olhos, longe do coração
Nossas conversas sobre o fim da vida estão cheias de eufemismos, e o verdadeiro processo de morrer parece acontecer por detrás de um véu, geralmente em um hospital ou asilo.
Raramente em casa.
Mas tratar a morte como um tabu não é receita para se ter uma “boa morte”.
Conversas informativas sobre o fim da vida podem ser úteis para desmistificar a morte e para ajudar as famílias em luto.
Um coro crescente liderado por profissionais da saúde está pedindo mudanças em como lidamos com a morte.
Swan Songs e seus músicos são parte do coro
Desde 2005, a ONG tem realizado desejos de familiares e cuidadores de pessoas com doenças terminais e cultivado uma comunidade de músicos locais que podem ajudar a realizar os últimos desejos dessas pessoas.
Quando Freddie se juntou à ONG, ele já tinha tido uma experiência única, pois tocou para sua mãe que foi vítima de câncer.
“Me lembro de deitar na cama do hospital com ela com meu violão e começar a cantar para ela”, disse emocionado.
Anos depois, antes de seu pai falecer, ele fez o mesmo, mas, dessa vez, acompanhado de seus cinco filhos.
A sensação de compartilhar, notou Freddie, é geralmente o último sentido que se deteriora com o fim da vida.
Por isso, mesmo que o paciente não pareça estar conectado ou não puder responder, eles estão ouvindo a música.
Uma das experiências recentes do Swan Songs reafirmou a crença de Freddie que a música tem o poder de conectar.
Pam, uma das musicistas do Swan Songs, pediu ao cantor para se apresentar a alguém especial: seu pai.
Quando Freddie chegou ao hospital, ele encontrou o pai da moça em coma e bem próximo da morte.
Ele se sentou perto da cama com Pam e sua irmã e começou a tocar.
“Toquei por mais ou menos 45 minutos”, disse. “Toquei uma última música, cantei a última nota, e toquei a corda do violão. Ele deu seu último suspiro. Ficamos lá o reverenciando e absorvendo aquele momento.”
Aquele momento falou com a essência do Swan Songs, conta Freddie. Cercado de música e amor, ele partiu em paz.
O cantor guardou seu violão e voltou a ser apenas um amigo consolando uma amiga. Foi um momento breve, mas intenso de emoções.
Isso que é a missão do Swan Songs: trazer alegria, conexão e paz à morte, uma das maiores experiências humanas.
Fonte: Awebic