Em mais um “Dia Internacional da Mulher”, como acontece em todos os anos, muito já se falou sobre o tema. Professores, doutores, filósofos, militantes, brilhantemente, discorreram nos lembrando de todas as lutas travadas com garra, determinação, e coragem, por mulheres guerreiras ao longo da história. Nos lembraram das lutas passadas e também, daquelas que estão por vir.
É pena, que ainda hoje, precisemos de um dia para que sejamos lembradas. É pena, que mulheres, gays, negros, índios e etc, tenham que fazer valer seus direitos, por meio de incansáveis lutas, quando na verdade, esse deveria ser um processo natural. É pena, o masculino prevalecer, até mesmo, em algumas concordâncias gramaticais, tais como: “O menino e a menina chegaram cedo”. Ao substituirmos por um pronome, teremos: “Eles” chegaram cedo.
É triste, quando o corpo ora, amado, acariciado e desejado, em outro momento, passa a ser desrespeitado, agredido, espancado, surrado. Triste, inaceitável, assustador. E a dor se dá, no corpo e na alma. E nessa hora, as diferenças se apresentam, a fragilidade diante da brutalidade. Sim, homens e mulheres são diferentes, não podemos negar. Mulheres são mais sensíveis, mais compreensivas, perceptivas, emocionais. Mulheres quando amam, o fazem sem parênteses, sem aspas. Há uma total entrega.
A mulher é um ser mutável. É movida a hormônios, à ciclos. Há quem diga que com o passar do tempo, a mulher tornou-se embrutecida. Foi um embrutecimento necessário. Foi necessário quando ela precisou mostrar para os outros e para si mesma, que era capaz de acumular funções, era capaz de encarar desafios, era capaz de sobreviver por conta própria. A mulher embruteceu quando precisou se armar de coragem para enfrentar a vida, o mundo. Quando, com o coração na mão, deixou filhos, muitas vezes, doentes, em casa e foi batalhar o ganha pão. Quando delegou a terceiros os cuidados aos filhos para ir à luta. E, com toda culpa do mundo, abraçou uma carreira, e não pôde acompanhar os primeiros passos dos filhos que gerou.
Sem dúvida, os ganhos são visíveis. Foram muitas conquistas. E tantas outras estão sendo batalhadas. E de modo algum, essas mulheres querem retroceder e perder os direitos adquiridos. Acredito que o único retrocesso possível, seria no campo emocional. Fale de amor com ela e então verá aos poucos, derreter a armadura de ferro da qual as mulheres têm feito uso por tanto tempo. Esse retorno à essência, não significa ser condizente com um mundo de comportamentos e ideologias impostas. Voltar à essência é desenterrar um coração que toma decisões baseadas nas leis do amor. Homens e mulheres não precisam competir. Há lugar para todos. Que me perdoem os homens, mas se “Deus” fosse “Deusa”, a paz reinaria no mundo.
Elenice Bastos.