Estudo de Harvard diz que jejum intermitente pode tornar vida mais longa

Um estudo realizado na Universidade de Harvard e publicado em outubro de 2017 na revista Cell Metabolism mostra que jejum intermitente interfere no funcionamento das mitocôndrias, a fábrica de energia das células, e diminui o envelhecimento e doenças relacionadas à idade.

As mitocôndrias existem em redes que mudam de formato de acordo com a demanda energética. Sua capacidade de fazer isso diminui com a idade, mas até agora não se sabia qual o impacto disso no metabolismo celular. Neste estudo, pesquisadores mostraram uma ligação entre mudanças dinâmicas no formato das mitocôndrias e longevidade das células.

No estudo, os pesquisadores usaram minhocas C. elegans que vivem apenas duas semanas. Elas foram escolhidas pela vida curta, o que permitiu aos cientistas observar como diferenças na alimentação impactam a duração dessas minhocas.

Minhocas com dieta restrita ficaram com as redes de mitocôndria em um estado “jovem”. Além disso, eles descobriram que essas redes jovens aumentaram a vida das células ao se comunicarem com organelas chamadas peroxissomos para modular o metabolismo da gordura.

“Em condições em que há baixa energia, como em dietas restritas ou em jejum intermitente, estão ligadas ao envelhecimento saudável. Entender porque isso acontece é um passo crucial para colher os benefícios do jejum intermitente de forma terapêutica”, explica a autora principal da pesquisa, Heather Weir.

Estudos anteriores mostraram que jejum intermitente pode reduzir o envelhecimento, mas ainda não havia uma boa explicação do porquê disso acontecer. Segundo este estudo da Harvard, o motivo está na plasticidade das mitocôndrias.

O próximo passo da equipe é analisar se os mesmo resultados são observados em mamíferos e se a flexibilidade das mitocôndrias pode explicar a associação entre obesidade e aumento de risco de doenças relacionadas à idade.

O que é jejum intermitente?

Jejum intermitente é aquele em que a pessoa intercala períodos com refeições e períodos sem refeições. Nós já fazemos isso todos os dias naturalmente, pois passamos pelo menos oito horas sem comer durante a noite, e quando pulamos o café da manhã acabamos passando de 12 a 14 horas sem ingerir alimentos. Como o estudo em questão ainda está em fase inicial e foi testado apenas em minhocas, os especialistas ainda não têm uma recomendação considerada saudável ou segura. Por enquanto, o melhor é seguir recomendações do seu médico ou nutricionista, já que há inúmeros estudos que indicam que não é nada bom pular refeições como o café da manhã.

Fonte: The Harvard GazetteIdea Pod e Hypescience


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