A música mais viralizada do momento, tem sido acusada de fazer apologia ao estupro. Lançado no final de 2017, o funk “Só Surubinha de Leve”, de MC Diguinho, um hit já presente nos fluxos e pancadões, alcançou nesta semana o topo do ranking Brazil Viral 50 e chegou ao 9° lugar na lista mundial da plataforma de streaming spotify. Com o feito, o funk poderia ser candidato fácil a hit do Carnaval, isso se a composição, não à toa, não tivesse incomodado tantas pessoas….
Além de trazer conteúdo depreciativo às mulheres (há frases como “só uma surubinha de leve com essas filha da put*” e “pode vir sem dinheiro, mas traz uma piranha aí”), o verso principal da música sugere embriagar intencionalmente uma mulher para depois estuprá-la: “Taca a bebida, depois taca a pica e abandona na rua”, diz a letra…
Rapidamente uma campanha começou a circular nas redes sociais, através de reclamações e abaixo-assinados, para que a música fosse excluída das plataformas.
A música revela muito sobre uma sociedade, isso é inegável… No fundo, é possível dizer que os gostos mostram muito como somos. Além disso, nos lançamentos musicais conseguimos analisar o tipo das coisas que são mais vendidas em um determinado país.
E é nesse ponto que quero chegar; precisamos analisar a que nível chegamos para que existam músicas apelativas como esse funk lançado recentemente.
Não questiono aqui nem a capacidade cognitiva do criador da letra, mas os motivos pelos quais ele acreditou que essa “música” poderia ser um sucesso, muito provavelmente ele estava embasado nos funks anteriores que se tornaram hits, mas os mesmos se tornaram hits porque o povo brasileiro se agradou, baixou e deu feedback.
Estaríamos nós, enquanto sociedade, colaborando para proliferação desses fungos?
Referências ao site UOL