Você já viu essa cena: o assassino se prepara para sua próxima matança ao som de música clássica até atacar. O cinema e a TV acreditam nessa hipótese, porém, segundo um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, não é bem assim.
A pesquisa ainda não publicada foi apresentada no congresso da Sociedade de Neurociência, realizado recentemente no estado norte-americano de Washington. Durante o evento, o psicólogo Pascal Wallisch explicou que fez um teste com músicas de diferentes gêneros, desde clássica até pop chiclete e as relacionou com índices de psicopatia.
No experimento, 190 estudantes de psicologia da universidade responderam um questionário que avaliava seus níveis de psicopatia. “Existe um clichê de que os psicopatas estão todos na prisão, mas eles estão por toda parte”, explicou Wallisch em entrevista ao jornal The Washington Post. Eles tiveram que responder afirmações como “o amor é superestimado” e “para mim, o que é certo é aquilo com o que consigo me safar”.
Os participantes ouviram diversas músicas — a maioria delas desconhecida por eles — e as avaliaram em uma escala de zero a sete de acordo com o quanto gostaram delas. Ao analisar as respostas, os pesquisadores procuraram relações entre as preferências musicais com os níveis de psicopatia dos estudantes.
Eles perceberam que 20 músicas se destacaram entre as respostas. Hits como “Lose Yourself“, do rapper Eminem, “No Diggity”, do grupo de R&B Blackstreet, e “What Do You Mean”, do cantor pop Justin Bieber, fizeram sucesso entre os participantes com maiores inclinações à psicopatia. Já canções como “Money for Nothing”, da banda Dire Straits e “My Sharona”, do grupo de rock The Knack, não causaram grande impacto nos possíveis psicopatas.
Wallisch ressalta que ainda não sabe o motivo dessas relações, mas pretende fazer novos experimentos para aprofundar a pesquisa.
Fonte: Galileu