Perdemos a vida tentando ganhá-la…

Porque temos a necessidade de controlar tudo que chega ao nosso alcance? Essa mania boba de prever ações, imaginar reações e tomar como verdade aquilo que existe somente na nossa imaginação? Limitamos, dessa maneira, o mundo aos nossos achismos que, às vezes e, quase sempre, estão equivocados. Sofremos por antecedência, enfiamos os pés pelas mãos. Não sabemos e não gostamos de esperar as coisas acontecerem naturalmente no tempo delas.

Temos a tola ilusão de acreditar que temos algum controle sobre a vida. Não percebemos que ela é selvagem, dona de si e do tempo que confere a cada um de nós. Se nos preocupássemos mais em aproveitarmos cada segundo do instante que estamos vivendo agora, neste exato momento, teríamos menos tempo para ocupar nossa mente com preocupações vindouras desnecessárias. Se a cada despedida tivéssemos a noção que pode ser a última, nossos abraços seriam mais quentes, nosso riso mais alegre e nosso olhar menos apressado, mais humano. Isso é clichê e todo mundo sabe, mas temos a memória fraca por natureza, sempre vale a pena lembrar.

Julgaríamos menos se nos colocássemos mais no lugar do próximo, se oferecêssemos a mão e ajudássemos o outro a carregar um pouco da dor que ele sente. Dividir o fardo nos humaniza e nos iguala pela matéria prima do amor. Sem ele, é impossível enxergar a vida com um olhar despretensioso, inocente e esperançoso. A falta de amor é causa da cegueira de nossos dias, uma multidão de solitários que vivem no mesmo lugar, mas não se conhecem.

Mas, um dia a ficha cai e nos damos conta do tempo que perdemos, dos amigos que não conhecemos e dos sorrisos que deixamos de dar, só porque estávamos focados em ganhar uma outra coisa futuramente. Somos os únicos seres que perdem a vida tentando ganha- la. E se fizéssemos o inverso? Às vezes, é preciso se perder para se encontrar. Às vezes, as respostas estão aonde menos esperamos e, às vezes, nem precisamos delas.

Aproveite o seu momento e, faça isso, agora. A cada segundo, a cada suspiro. O fato de não sabermos qual será o último, torna este mais que especial. Faça valer a pena, pois a vida não espera…


Rachel Dos Santos

Paulistana, porém mineira de coração. Viciada em música e sorvete, adora filosofar no facebook e compor canções que guarda a sete chaves. Estudante de jornalismo , pretende construir um mundo mais bonito por meio de seus escritos. Acredita que a simplicidade é a chave que abre a porta da felicidade. Sempre usa reticências no final das frases porque sente que sempre há um pouco mais a se dizer...

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