Imagina hoje em dia uma pessoa viver sem liberdade num país que é uma prisão brutal? Quando uma pessoa pensa que pode decidir por outra temos a barbárie da ditadura. Quem leu o livro Sapiens- uma breve história da humanidade do israelense Yuval Noah Harari sabe como funciona a dinâmica da evolução da civilização humana, isto é, uma história de dor, lutas e resistência do povo contra a tirania dos ditadores e poderosos.
A ascensão das Constituições após a conclusão da 2° Guerra Mundial no século XX possibilitou o reconhecimento dos direitos humanos no plano político planetário. Compreendeu-se finalmente que os princípios jurídicos (liberdade, igualdade, justiça) são universais e inalienáveis e devem permear tanto as relações intersubjetivas quanto às relações entre indivíduos e o Estado. Numa palavra, deve existir um mínimo ético entre elas. Nisso consiste o princípio da dignidade da pessoa humana: em respeitar a si mesmo e respeitar o direito do próximo. Integridade, responsabilidade e solidariedade são palavras-chaves no interior desse princípio nuclear do direito democrático.
A história dessa menina é triste e trágica e comum na Coréia do Norte e, em certa medida, no resto do mundo. Afinal, a opressão e exclusão social atingi milhões de seres humanos seja por motivos de classe social, etnia, gênero, religião, etc… A política de violação de direitos humanos fundamentais pelo ditador norte-coreano Kim Jong-un é inaceitável do ponto de vista jurídico e da política internacional. O primeiro passo para o fim desse absurdo é naturalmente a denúncia seguida da conscientização coletiva do crime. Por fim, é mister uma ação de intervenção para se sustar a conduta criminosa.
A liberdade é um direito inegociável. Tanto no Direito quanto na sociedade ou na vida pessoal, a liberdade é o horizonte do nosso pensamento, o elemento que nos permiti evoluir e prosperar. A primeira coisa que o individuo perde quando perde sua liberdade é sua autonomia, depois sua auto-estima e finalmente sua dignidade. É um processo degenerativo devastador e depois para remediá-lo é preciso muita luta e força de vontade. Em casos mais graves é indispensável à intervenção de terceiros. Traduzindo: a Coréia do Norte suplica silenciosamente pela ajuda do mundo civilizado e democrático.
Uma vez que sua liberdade é cerceada ou violada sob qualquer pretexto você está sendo brutalmente prejudicado e deve impor resistência e exigir seu restabelecimento. Isso numa democracia, é claro. Mas como resistir e lutar na Coréia do Norte? É como nascer sem braços e pernas. Espero que a justiça seja feita e os norte-coreanos sejam libertados, custe o que custar. Afinal, sem liberdade não há condição de possibilidade da felicidade. O conhecimento é essencial para desenvolvermos um pensamento crítico e combativo. E, sobretudo a ação é o passaporte para uma efetiva transformação emancipatória.
“As pessoas sempre me perguntam “Como podemos ajudar os norte-coreanos? Existem muitas formas, mas eu gostaria de mencionar três no momento. Se você se importa, deve promover a conscientização sobre a crise humana na Coréia do Norte. Nenhum ser humano merece ser oprimido apenas pelo lugar onde ele nasceu. Nós precisamos focar menos no regime e mais nas pessoas que estão sendo esquecidas.” Yeonmi Park, uma sobrevivente da ditadura infernal, odiosa e desumana da Coréia do Norte onde não existe liberdade individual e os direitos humanos são uma piada que é proibido contar.