Tornar-me resiliente foi essencial ao longo da vida. E para você?
Tudo poderia ser mais fácil e menos árduo. O caminho para a excelência não é assim tão simples, e os dias de sofrimento têm um sabor diferente na construção do nosso eu.
Somos a espécie mais adaptável que existe e, ao longo da história, a resiliência esteve constantemente presente em tudo que fizemos. No entanto, mesmo havendo a tendência, existe a diversidade. Cada ser humano é um universo enorme e complexo, um emaranhado de histórias, experiências e sonhos que nos fazem seres únicos. Portanto ser resiliente, está além do instinto. Deve ser uma escolha.
Desde criança gostava da alternativa mais complicada e o caminho mais áspero, porque deles, podia extrair melhores lições. O fácil nunca trouxe aquele brilho nos olhos e a sensação de estar sendo desafiado. Quem dera que os únicos desafios da vida fossem aqueles que escolhemos botar a cara a tapa.
Mas então, qual é a relação entre os nossos desafios e ser resiliente?
Por definição da física, a resiliência é a capacidade do material absorver energia e deformar-se, mesmo assim voltar a ter sua forma inicial. No âmbito da psicologia, ser resiliente diz respeito a nossa capacidade de restabelecermo-nos após situações adversas. Passar por problemas físicos, mentais ou emocionais e mesmo assim mantermos a cabeça no lugar e os olhos adiante, na certeza da própria força e da capacidade de superação. É uma habilidade, portanto pode ser adquirida, aprendida e aperfeiçoada com as atitudes e comportamentos adequados.
Ah, talvez essa seja a mais bela das virtudes humanas, diga-se de passagem.
É motivo de orgulho fazer uma visita ao passado, e verificar quantas provações nos foram incumbidas, fizeram-nos vergar, mas você está aqui, vivo. Sem dúvida você pode fazer esta reflexão. Verá que é um vencedor, disposto a sobrepujar o necessário com o foco na vitória.
Mas apenas a resiliência não basta. É preciso aumentar o limiar do sofrimento.
Como se reerguer após uma queda? Se você faz esta pergunta, primeiro garanta a si, que não se perca em pensamentos sobre fracasso e inutilidade. Raramente haverão pessoas prontas para estender a mão a quem não considera haver dignidade em si mesmo. A resiliência não é uma virtude dos fracos, orgulhosos ou preguiçosos. Tê-la quer dizer muitas vezes lutar contra si próprio e os conflitos que, sem pedir licença, rondam a nossa psique. Pois como diz Augusto Cury…
Você pode ser o autor da própria história, ou o seu próprio carrasco.
A busca por clemência perante a vida ou a pena de si não podem ser opções para quem quer ser o autor da própria história. Ou então, escolha você a opção que sobra. Para mim, escolhê-la não parece ser tão inteligente.
Superar uma queda consiste em tirar as mãos dos bolsos e lutar. As coisas não se resolvem sozinhas, e se você não quer ser derrubado novamente pela mesma situação, resiliência não será o bastante! Restabelecer-se é memorável, porém a arte consiste em retornar mais forte, mais inteligente, e menos suscetível aos percalços que antes lhe puseram de joelhos.
Portanto extraia o máximo do que lhe acontece, das situações adversas e indutoras das mais graves crises emocionais. Haverá beleza nisso tudo. Sempre há. Então ser resiliente não é ser frio ou desprovido de sentimentos, e sim abrir os olhos para uma vida cheia de desafios, que a cada dia nos permite sermos pessoas conscientes, plenas e cheia de boas histórias.