Aprenda a lidar com suas emoções. Não seja dominado por elas!

Diante de situações, potencialmente estressoras, que se apresentam na nossa vida nos preparamos para a luta, fuga ou não reagimos e ficamos imobilizados. A resposta escolhida será aquela que melhor se adapte ao modo como cada um foi treinado, no decorrer da sua vida, a lidar com um perigo iminente.

Logo, percebemos que o ser humano tem uma tendência natural a adotar um padrão reativo quando exposto a possíveis ameaças, ou seja, há um impulso inerente à sua natureza que o move a reagir e não refletir em tais situações. Somos seres altamente emotivos, sem ao menos, muitas vezes, nos darmos conta disso.

Ao entender o modo como funciona a nossa natureza, damos o primeiro passo em direção a uma melhor gestão dos nossos sentimentos. É importante ressaltar que o controle total das nossas emoções não é possível, afinal somos humanos e não robôs. O que proponho é uma análise objetiva acerca das nossas emoções, com o intuito de melhor entendê-las para que não sejamos facilmente dominados por elas.

Em primeiro lugar, identifique os seguintes aspectos:

Em qual ou quais situações eu perco facilmente a minha calma?”

Qual o motivo real que justifica este descontrole?”

A maioria das pessoas afirmam com o maior grau de certeza que, de fato, há uma causa que justifica todas as suas ações. É nesse ponto que devemos intervir e nos questionar:

Será que esta crença que eu tenho foi criada para me esquivar da minha própria responsabilidade?”

Antes de sair na busca frenética por culpados, faça uma análise sincera:

Contribuo de algum modo para esta situação porque é conveniente para mim assumir a posição de vítima?”

As pessoas que se colocam sempre na posição de injustiçadas pouco fazem para sair da zona de “conforto” que criaram. Esperam que os outros as acolham e aceitem as suas condições. Comumente se sentem incompreendidas por afirmarem que por amarem demais ou por se dedicarem demais sofrem os efeitos da ingratidão daqueles que não valorizam os seus esforços. Contudo, prolongam o seu sofrimento por estarem presas a mágoas e, em alguns casos, sentem o peso da rejeição e do afastamento de pessoas próximas do seu convívio.

Se após uma análise fria da situação em questão você continuar convicto que a responsabilidade do seu descontentamento pertence ao outro, ou a uma situação estressora em si, e se você passou por todos os caminhos que mencionei anteriormente, vai perceber que quando chegar a esta conclusão os seus ânimos não estarão mais à flor da pele. 

Se a insatisfação foi provocada por uma outra pessoa, certifique-se quais foram os motivos que a levaram a realizar esta ação. Se você estivesse no lugar dela, é provável que fizesse uma escolha parecida. Já pensou nisso?

Aproveite o momento de calma para chamá-la para uma conversa sincera, expresse os seus sentimentos deixando claro a sua insatisfação. Ouça o que ela tem a dizer e se esforce para chegarem a um acordo comum, visando a resolução do problema.


Saulo de Oliva

Médico, especializado em Psiquiatria. Psicólogo.

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