Você já olhou para a janela e sentiu que sua vida está passando rapidamente? As horas correm, a música que você queria ouvir fica para outra hora, o livro que você planejava ler empoeirou na estante, o café que você marcou com seu velho amigo ficou na palavra, mas tudo permanece igual lá fora. Você vê através dos vidros sujos da sua janela, que a vida continua seguindo seu curso, mas você deixou de seguir o seu.
Platão, há séculos disse que deveríamos fazer aquilo que nascemos para fazer. Ele acreditava que cada pessoa nascia direcionada a algo e que a mesma não seria feliz se não estivesse em seu lugar. Pensando nisso, precisamos nos questionar se não estamos submersos em coisas desnecessárias, naquilo que não condiz com quem somos. Será que estamos perdendo tempo demais e consequentemente desperdiçando nossas vidas? Eis alguns sinais que poderão ajudar na resposta dessa pergunta:
1. Você não sabe gastar seu tempo
Algumas pessoas possuem dias tão corridos, que em um piscar de olhos amanhece e anoitece. Estas vivem de forma automática, uma vida rotineira, sem nunca tirar um momento para deitar em uma rede com a intenção de relaxar e refletir sobre seu presente. Então, passa o inverno, chega o Natal e o Ano Novo e inicia-se, novamente, o ciclo de distanciamento de quem está perto.
Mas essas não são as únicas pessoas que desperdiçam tempo. Há quem fique diariamente com a cara colada em uma tela, seja de um computador ou TV, sem nunca olhar para o lado, sem nunca sair para ver o mar e sentir o pé na areia de uma praia, por exemplo.
Há quem deixe de abraçar alguém, porque está atrasado, há quem deixa de ir acampar com amigos, porque está muito cansado e precisa descansar para trabalhar, sem saber que não há melhor formar de descansar e ficar exausto ao mesmo tempo do que viver uma vida bem vivida.
2- Você não busca aperfeiçoamento
Nós somos programados para aprender coisas novas, então, é preciso usufruir da nossa capacidade de aprendizado e crescimento. Para isso, é preciso ter em mente que todo conhecimento é bem-vindo. Não é porque você não curte mecânica que deixará passar oportunidade de conhecer mais sobre o seu carro, por exemplo.
Uma terrível forma de desperdiçar a sua vida é não dar a si mesmo a oportunidade de crescer e adquirir conhecimento. Faça com que a sua mente trabalhe e desafie-se sempre que puder. Uma excelente alternativa para fazer com que a sua mente se desenvolva é aprender novas habilidades. Desde tocar um instrumento musical até aprender um novo idioma. Se você quer algo que requeira menos esforço, leia.
3- Negatividade
O que você pensa em momentos ociosos? De qual maneira você conduz a sua vida?
“Todo ser humano, caso se proponha, pode ser o escultor do seu próprio cérebro”
A maneira como você vê as coisas é uma escolha sua. Você pode olhar para escuridão ou procurar olhar o sol. Um dia, enquanto aprendia dirigir moto, alguém me disse que eu jamais deveria focar meu olhar para o lugar que eu não queria ir, mas analisar fortemente o meu destino, e agora, acredito que essa lição não sirva somente para pilotar uma motocicleta, mas para a vida. Nietzsche já sabia disso, quando disse: “Quando você olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você”, em sua obra ‘Além do Bem e do Mal’.
4- Não planejar a sua vida
É claro que viver no futuro é uma forma de desperdiçar a vida, mas não pensar nele também pode ser. Precisamos ter em mente que quem seremos amanhã é uma evolução de quem somos hoje, portanto pensar um pouco no que virá pode ser uma forma de evitar problemas e desperdiço de vida, no futuro. Permita-se criar um caminho para que você possa sentir que realmente tem algo a melhorar e pelo que perseverar.
Muitas pessoas acabam vivendo quase como zumbis. De manhã acordam, tomam café, vão para o trabalho e voltam para casa. Todo dia é igual e quando tiram um tempo para analisar as suas vidas, se sentem vazios. Isto acontece porque elas perderam a direção, na qual costumavam guiar a vida.
Não espere o tempo passar para descobrir que perdeu o sentido da sua vida. Aproveite-a para crescer e melhorar. A melhor coisa que você pode fazer é viver uma vida que vale a pena ser vivida, porque você não vai ter oportunidade de desfazer as suas decisões, não há como voltar atrás. Pensando nisso, deixo para vocês uma breve reflexão que só conceito do ‘Eterno Retorno’ pode proporcionar:
“E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: “Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e seqüência – e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez – e tu com ela, poeirinha da poeira!“ Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: “Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!” Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: “Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?” pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?” – Friedrich Nietzsche