“Na era da informação, a invisibilidade é equivalente à morte”, disse Zygmunt Bauman em das suas obras. Podemos até acreditar ser um exagero tal afirmação, mas ao pararmos para refletir, acabamos chegando na mesma conclusão. Infelizmente, quando assistimos um vídeo como esse abaixo, identificamos pessoas, enxergamos a realidade atual. Onde nos perdemos? Passamos a dar muito valor ao que pensam de nossa vida, e pouco, senão nada, ao que estamos sentindo.
O rapaz do vídeo, impressionado com a capacidade de mostrar uma vida que não tem, deixa-se levar por curtidas, sem perceber que não está vivendo, mas criando uma história em quadrinhos em sua página.
Correr não é o que importa, o importante é publicar a foto desse momento na internet. Apreciar bons momentos com sua companheira, não parece sua realidade, mas reconhecer suas falhas e procurar melhorar também não. A vida acaba se resumindo em imagens vazias, que marcam coisa nenhuma.
Schopenhauer escreve que “metade de nossas preocupações e angustias surgem de nossa preocupação com a opinião dos outros (…) temos de tirar essa farpa de nossa carne”. O desejo de mostrar boa aparência e o que está acontecendo, ou, nesse caso, o que não está acontecendo, é tão poderoso que algumas pessoas perdem dias entristecidas por falta de curtidas.
Opiniões são volúveis e nos fazem escravos do que os outros pensam, ou pior, do que achamos que eles pensam – pois nunca podemos saber o que eles pensam de verdade. Então, é fato que precisamos “tirar essa farpa da nossa carne”.