A ansiedade, já é considerada um dos grandes problemas do século XXI. Ela é responsável por nos deixar menos felizes e produtivos, tornando a vida angustiante.
Se você está entre as pessoas que vivem com as angústias que só a ansiedade proporciona, já deve ter desejado secretamente que esse incômodo desapareça da sua vida milagrosamente. Infelizmente, é bem improvável que a questão se resolva sozinha, mas você pode fazer diversas coisas para buscar melhorar esse quadro, inclusive seguir os conselhos selecionados.
Os conselhos que você irá conferir a seguir foram retirados pela revista Time da obra do escritor Dale Carnegie, “Como Evitar Preocupações e Começar a Viver”, de 1948, no qual elaborou dicas com a experiência que adquiriu enquanto ministrava cursos de educação para adultos em Nova York. Foi nessa época que ele notou que todos os seus alunos, independente da ocupação e da idade, diziam ter muitas preocupações e que isso os deixava ansiosos, em constante estado de alerta e desgaste.
O escritor, entrevistou uma série de executivos, em busca de descobrir o que esses profissionais constantemente expostos ao estresse faziam para manter a mente em ordem. Além disso, Carnegie estudou alguns conceitos de filosofia e realizou diversos experimentos. Confira a seguir cinco dicas que fazem parte do seu livro:
1 – Qual é a pior coisa que pode acontecer?
Há uma técnica bastante simples, de três passos, que pode ajudar quando você está cercado por preocupações pessoais ou profissionais.
Primeiro, pergunte-se o que é o pior que poderia acontecer. Em segundo lugar, prepara-se para aceitar o pior. Por fim, descubra como melhorar em cima do pior.
Você acha que esse tipo de conselho é fácil de ser dado, mas impossível de ser cumprido? Eis um exemplo real de alguém que em um momento de desespero, conseguiu pensar de forma racional.
Esta técnica baseia-se em uma anedota de Willis Carrier, fundador da indústria moderna de ar-condicionado. Enquanto trabalhava para o Buffalo Forge Company, se deparou com um problema – o novo serviço de purificação de gás que a empresa estava fornecendo não foi tão eficaz quanto ele esperava.
Foi então que Carrier percebeu que o pior cenário naquele momento seria um prejuízo de US$ 20 mil, e ele então aceitou isso e, a partir daí, pensou em uma maneira de melhorar a situação, e colocando a perda como custo de teste de pesquisa, com um investimento de US$ 5 mil em equipamentos novos, conseguiu não apenas cobrir o buraco do erro, mas também lucrar US$ 15 mil. Depois de algum tempo, sabe o que ele fez? Simplesmente inventou o ar-condicionado.
2 – Seja objetivo e reúna todos os fatos
Helbert Hawkes, ex-reitor da Columbia College, em uma citação disse que as pessoas não teriam tantas preocupações se fossem mais objetivas na hora de avaliar seus problemas. Talvez ele tenha razão, ser objetivo aqui é basicamente pensar de forma racional e linear. Vamos supor que a sua preocupação maior seja passar no vestibular. Ser objetivo, nesse caso, é fazer o que é necessário para que isso aconteça: estudar, fazer anotações, dormir bem, se alimentar bem, praticar atividades físicas e dar mais atenção ao conteúdo com o qual você tem mais dificuldades.
Uma boa maneira que você pode utilizar para conseguir pensar objetivamente sobre as situações é fingir que elas não estão são com você. Se o vestibular é a sua preocupação, pense nele como se você estivesse dando um conselho a um amigo e, então, será possível que você consiga estabelecer um plano mais racional e objetivo. Se o seu amigo estivesse com o seu problema, o que você diria a ele?
3 – Procure soluções possíveis para o problema
Leon Shimkin, então gerente geral da Simon and Schuster (ele mais tarde se tornou o proprietário), quando percebeu o tempo que perdia em reuniões, procurou descobrir uma maneira de reduzi-lo, para isso ele inventou um sistema que diminuiu em 75% o tempo perdido.
O novo sistema funcionava da seguinte maneira: Sempre que seus associados pensavam em propor uma reunião, eles deveriam preencher um memorando e responder às seguintes perguntas: Qual é o problema? Qual é a causa do problema? Quais são todas as possíveis soluções do problema? Que solução você sugere?
De acordo com o próprio Shimkin, depois de instituído esse método, seus associados deixaram de procurá-lo com suas preocupações. O motivo? Ao fazer essas perguntas, quase sempre os associados chegavam às respostas que gostariam e resolviam os problemas.
4 – A lei da probabilidade
A lei da probabilidade se refere a noção que precisamos ter a respeito das probabilidades de um evento específico realmente ocorrer. Assim, você conseguirá enxergar se realmente vale a pena se preocupar, afinal, no fim das contas, as chances são de que suas maiores preocupações nem cheguem a se concretizar e, ansioso, você acaba se desgastando com elas à toa e perdendo tempo.
Carnegie conta que essa ideia é utilizada na Marinha dos EUA. Marinheiros que eram enviados para viagens em tanques de alta octanagem tinham medo de que pudessem morrer em uma explosão.
Para resolver o problema, a Marinha forneceu os números oficiais envolvendo esse tipo de possível acidente: dos 100 tanques que foram atingidos por mísseis, 60 permaneceram flutuando e apenas 5 afundaram – nesse caso, cada tanque levou em média 10 minutos até afundar, deixando tempo suficiente para que os marinheiros abandonassem o navio.
5 – Aplique a regra do stop-loss
Esta estratégia baseia-se em um princípio de negociação de ações, se estudada profundamente, é bastante complexa. Mas tentando resumi-la, é basicamente uma maneira de prever prejuízos financeiros no mercado de ações – mas, obviamente, podemos levar essa lógica para todos os lados da vida.
Supomos que você compre uma ação por R$ 100 e espere que ela tenha uma queda de valorização de R$ 5, o que a fará custar R$ 95 após um tempo. Para evitar o prejuízo, você pode cadastrar essa ação já custando R$ 95 em sua corretora. Se a queda acontecer da forma que você estava esperando, sua ordem de stop-loss interromperá a sua perda.
É aparentemente complicado, né?
Mas você pode usar este princípio na vida cotidiana. Por exemplo, uma vez Dale Carnegie quis ser um escritor, e tentou por dois anos escrever um livro de ficção, sem muito sucesso, então, ele decidiu cortar suas perdas e voltar a dar aulas e escrever um obra de não ficção. Lembrando que ele é autor de mais de um best-seller, nem precisamos dizer que a estratégia de recuar e evitar prejuízos maiores deu mais do que certo.
[Time | Business Insider | Megacurioso]