A dor dos outros
Deixar o preso em celas próximas ao local de tortura pode devastar sua coragem. Se ele ouve gritos de sofrimento de colegas antes de sua própria sessão, já está a meio caminho de se render. Alguns carrascos vão ainda mais longe e fazem ameaças a parentes ou amigos do torturado.
Ligadão 24 horas
Se o objetivo é inutilizar a mente da vítima, poucas estratégias são mais eficientes do que a privação do sono. Para fazê-la perder a noção do tempo, são utilizadas celas brancas (as “geladeiras”), com sons altos e grandes variações de temperatura. “Espancamentos-surpresa” toda vez que tentar um cochilo também ajudam a intensificar o terror. Bastam cinco dias para vencer as resistências do preso.
Inimigo íntimo
Em depoimento à Comissão da Verdade, a cineasta brasileira Lucia Murat relatou que seu captor desenvolveu uma técnica de “tortura sexual científica”. Primeiro, ela era amarrada de forma a sentir a corda enforcá-la sempre que resistia ou se debatia. Aí, era obrigada a aceitar passivamente abusos sexuais. Grávidas são um alvo preferencial, principalmente quando presas com o marido.
Fruto proibido
O formato rendeu a esse aparelho o nome de pera. Mas, quando suas quatro “pétalas” eram abertas graças a um intricado sistema de engrenagens, ela mais parecia uma flor. Inserida na boca, na vagina ou no ânus, ela podia ser expandida lentamente pelo algoz, causando terríveis lacerações. Mas funcionava muito mais como mera ameaça
SELVAGERIA PURA
Animais são imprevisíveis, não têm empatia e exploram fobias profundas
Baratas e ratos: Colocados para passear sobre o rosto da vítima ou até inseridos na boca, nos ouvidos, no estômago ou no ânus
Cães de guarda: Os mais violentos, atiçados contra a vítima, são capazes de provocar mordidas feias, com ferimentos fáceis de infeccionar
Cobras e jacarés: Favoritos da Ditadura no Brasil. São extremamente agressivos, mas podem se mover lentamente, estendendo a tensão por vários minutos